Nas mãos do CEO:
Capítulo 7 Daniela Marçal Como uma mulher que não tem mais nada a perder em um sábado pela manhã, me arrumei como se fosse encarar um dia corrido. Coloquei uma roupa confortável, nada de salto ou sapatos apertados, um conjunto leve, comportado e que eu amava vestir. Marina me ajudou, ela era boa em se vestir, me ajudava muito quando eu tinha jantares de negócios com Xavier Lancastre. Ele sempre me pedia para o acompanhar, incentivo da Joana, a secretária dele que já tinha sua certa idade e dizia que eu era mais nova e atenta nessas ocasiões. Mentira! Ela sempre tentava me empurrar para Xavier, dizia que ele e a menina Olívia precisavam de mim em suas vidas. No entanto, eu sempre enfatizei que namorava, mesmo ninguém nunca vendo Paul, somente as flores que raramente vinham para o endereço da empresa. Paul era muito polido para fazer homenagens em público, mal me beijava na bochecha quando estávamos na rua. Em quatro anos ele sempre me respeitou, nunca ultrapassou limites, ele era um lorde até nisso. Por esse motivo fiquei tão animada e eufórica quando vi as flores chegando na empresa no dia anterior, achei mesmo que era para complementar o pedido de casamento. Que ele estava fazendo uma prévia do meu tão sonhado e almejado pedido. Como não podia estar mais enganada? Não? - Prática e bela, está muito linda, Dani. – Ela tinha que dar o seu parecer. - Vai viver, deixa Paul sentir a sua falta. - Marina diz assim que passou pela porta da cozinha. – Eu já tinha montado o café da manhã. - Vai dormir, sei que está cansada... - Ela concorda. – Seu café da manhã está pronto. Marina se anima. - Estou morta de cansada, minha amiga..., ontem o movimento foi grande, as gorjetas foram boas, mas eu fiquei um bagaço. – Marina b**e as mãos na mesa. - Já fiz a minha parte de aluguel, então estou feliz. – Me entrega o maço de dinheiro da parte dela. Eu paguei o aluguel sozinha esse mês, não reclamei porque Marina teve que ajudar a família no Brasil, mas sempre ela dava um jeito de me pagar de volta. Não tínhamos muito, mas nós vivemos com o que tínhamos, e isso era o suficiente no momento. Ela beija a minha bochecha me tirando dos devaneios. - Não mata o seu chefe, lembra que ele ainda é dono da sua cidadania. - Faço cara feia. - Se ele quiser, ele te manda de volta, então faz cara de paisagem e segue em frente. - Pego a maçã que Marina iria comer e sai correndo para a portaria. Meu prédio é pequeno, simples e muito velho. No entanto, ele é limpo e organizado. O senhor Aquiles cuida de tudo, e ele não nos cobra muito caro no aluguel, porque pagamos em dia e não damos trabalho. - Bom dia menina, tem um carro chic parado aí na porta. – Ele diz olhando as câmeras de segurança. - Bom dia Senhor Aquiles... – Deixo a maça para ele. – É o meu chefe... – Ele agradece a maça e me olha como pai pronto para dar uma bronca. - Vocês duas trabalham demais, meninas... – Ele balança a cabeça negativa. – Hoje é dia de folga e está indo trabalhar?! – Diz sério. Acabo suspirando. - Hoje não é trabalho, vou ficar com a filha dele, somos amigas e ela precisa da minha ajuda. – Seu Aquiles fica, mas tranquilo, e afirma com a cabeça. - Então vai que seu chefe não está com a cara muito boa. - Acabei rindo. - Ele nunca está! – Abre a porta velha, mas forte que separa a rua e o vão do prédio e lá está Xavier. O desgraçado chato é bonito, cheiroso e raivoso. Porque eu estou olhando para ele e pensando nessas coisas? – Dona Julie estava fazendo lavagem cerebral em mim, isso sim! - Bom dia madame, estava me perguntando se teria que esperar mais quanto tempo para ter o ar da sua graça. – Xavier diz assim que paro na frente. Na minha bolsa levei alguns itens críticos, e é claro, o chocolate da minha menina. Nada pesado o suficiente para dar uma bolsada nele e o mandar para o hospital. - Bom dia chefe! Desculpe a demora... – Digo com o meu melhor sorriso. Tinha um dia inteiro ao lado desse homem. Xavier Lancaster, meu chefe, o homem que tira a minha paz no escritório, e que estava agora diante de mim com uma roupa menos formal, mas que ainda transmitia o poder que ele oporava onde passava. Seu óculos foi tirado, e quando vejo seus olhos azuis, eu até esqueço que ele além de bonito, é um chato de galocha. Quando ele iria me responder, uma menina de tranças prefeitas e óculos fundo de garrafa pula do carro e vem correndo em minha direção. - DANIIIIIII! – Eu me preparei para amparar a menina que saltita no meu colo e me abraça como se tivesse passado anos sem me ver. – Que saudades eu estava de você, tia Dani. – Olívia passa seus braços em volta do meu pescoço e fica ali me abraçando por um bom tempo. - Eu também estava com saudades de você, minha linda. – Beijo sua testa e vejo que ela estava muito animada. - Vamos no lugar que será a minha festa, tia, e vamos provar vários bolos para escolher qual eu vou gostar. Olivia estava animadíssima! Julie disse que a menina nunca teve festa, que essa era a primeira vez que Olivia tinha um aniversário grande e com todos os amigos da escola. - Que legal, vamos escolher o maior bolo de chocolate? – Olivia me olha como se estivesse finalmente vendo um mundo de possibilidades. - Queria também um bolo de morango, meu pai ama bolo de morango. – Aquela informação é nova. Nem sabia que esse homem ingeria açúcar. O corpo dele não é de alguém que tem açúcar na sua dieta. - Podemos fazer um bolo de morango também? – Diz como se ainda não tivesse dimensão do que podia ou não fazer. - Vamos perguntar para o seu pai? – Olhamos para ele que tinha cara de bobo olhando a gente. - Xavier? – Chamo a sua atenção que sai do transe. – Olívia quer saber se pode fazer um bolo de morango... – faço cara para ele se ligar. - Claro minha filha... – Ele olha o relógio. – Vamos que já estamos atrasados. – Na hora me sinto culpada. - Senhor... – Xavier levanta a mão e abre a porta. – Vamos que a tia Dani vai me ajudar escolher o vestido da mocinha também... – Olivia entra no carro. – Depois vem com as suas choradeiras, Daniela Marçal. – Reviro os olhos e entro no carro. Meu dia seria longo, mas estava feliz porque iria ficar com a Olivia, mas de quebra tinha meu chefe chato e irritante.