Capítulo 6

Nas mãos do CEO:

Capítulo 6

Daniela Marçal

Estava no mundo da lua quando Marina entrou no meu quarto super animada como sempre. Minha colega de quarto era como uma família que eu tinha em Londres.

Marina era uma querida que sempre estava ao meu lado e quando dei por mim, estava largando tudo no Brasil para vir com a cara e a coragem para Londres. Marina era louca o suficiente para embarcar comigo nessa aventura em terras estrangeiras, viver de macarrão instantâneo e tomar banho frio quando não pagamos a luz.

- Como é que foi lá, amiga? – Ela diz descabelada e de camisola ainda.

Marina é uma morena linda, uma típica Brasileira com gingado e tudo.

- Vamos Daniela Marçal, me conta se está noiva finalmente! - Diz pulando na minha cama como só ela fazia.

Era nítido que ela tinha acabado de acordar, mas animação era com ela mesmo.

Marina deve ter chegado altas horas da madrugada por conta do seu trabalho de garçonete em um pub. No entanto, ela sempre estava com um lindo sorriso no rosto, mesmo morta de cansada.

- Finalmente aquela banana que você diz ser seu namorado te pediu em casamento? – Olha para o meu dedo, e não vê anel que tanto sonhei e contei por mensagem que acreditava que finalmente chegaria.

Não se precisava de muito para saber que Paul não tinha feito o pedido.

- Aí amiga... – Marina deita na minha cama já revirando os olhos. - Como aquele inglês pode ser tão idiota?

Marina não gostava, e nem desgostava do Paul, mas ela achava estranho muitas das suas atitudes, e assim, ela sempre tinha uma opinião sobre as suas falas e atitudes. Ela sempre questionava porque tantos receios em cima da nossa relação.

- Não fala que a decepção já está fazendo me sentir um lixo... – Digo me levantando e pegando as minhas coisas para o banho. - Apenas me iludi! Ele queria me contar sobre um novo passo em sua carreira, as flores, jantar e tudo foi por esse motivo. Apenas uma comemoração a sua vitória...

Marina me olha afiado.

- Quando você recebeu vários elogios pelo ótimo trabalho que desempenhou naquela proposta para fazer um espaço kids no resort do sul de Londres, e eu queria fazer festa. Paul foi o primeiro a dizer que não precisava de tanto... - Nossa, eu tinha me esquecido disso.

Estava super animada nesse dia, eram três anos tentado ganhar um elogio do meu chefe, foram tantas tentativas frustradas e nada daquele idiota me elogiar.

Quando eu finalmente vi Xavier sorri e dizer que eu tinha feito um bom trabalho, eu quase caí para trás, cheguei animadíssima em casa.

Marina como sempre embarcou comigo em uma comemoração animadíssima e cheia de cerveja do pub que ela trouxe.

A questão é que Paul chegou e acabou com o barato dizendo que não era pra tanto, nossa, minha animação foi pras cucuias naquele dia.

- Nem me lembra disso... - Suspiro.

- Ele é idiota, amiga. Essa é mais uma das vezes que te falo que ele não vê nada além do umbigo dele. Ele deu todos os sinais que iria te pedir em casamento, e depois vem com uma notícia sobre ele? - Marina fala com aquele tom que eu conheço bem. - Já sabe o que eu acho do seu namorado, aliás, a relação só vem da sua parte. Paul não está nessa relação, ele somente é o coadjuvante, não o ator principal. - Jogo uma almofada nela. - Estou mentindo? - Não respondi.

- Sabe o que eu penso sobre Paul e seus segredos, não sabe? – Ela me olha fazendo minha rotina. – Vai sair? – Olho para ela.

- Vou sair com a Olívia... – Marina ri. - E o chato do Xavier... - Marina balança a cabeça.

- São pai e filha, é o combo completo... - Diz me observando. - Manda um beijo para aquela fofa por mim... – Marina se levanta e me ajuda na escolha das roupas. – Já pensou em terminar com Paul? – Olho para Marina. – Ah amiga, ele não te merece... – Suspiro frustrada.

– Eu trabalho em um lugar que vejo todos os dias homens de todos os tipos, e Paul é do tipo que não vai se amarrar. Para você a relação de vocês tem futuro, já para ele, é algo que não é prioridade. Ele te leva com a barriga, ele não te apresentou nem a família, isso é um sinal claro que leva a sério o que vocês tem.

Olho para ela.

- Nossa, direto na ferida. – Somente Marina para falar isso sem ligar de me machucar.

A verdade dói, mas prefiro mil vezes a verdade, do que a mentira mal disfarçada.

- Sabe que eu sou meio sem filtro, eu nunca iria mentir para você.

- Eu sei...

- Dani, sabe que eu não confio nele, e sinceramente, você é a mulher mais linda que eu já vi para ficar presa a esse cara. - Não me achava tão bonita, mas sentia que realmente estava perdendo o meu tempo com Paul.

- Podia ir no pub e ver alguns gatinhos... - Coro na mesma hora.

- Um dia... - Acabo jogando a toalha nela e corro para o banheiro.

Oliva e Xavier logo chegariam.

Marina trabalhava em um pub famoso aqui de Londres, trabalhava todas as noites e sempre fazia hora extra para mandar dinheiro para a família que ainda estava no Brasil.

O lugar onde crescemos não nos dava possibilidades de sermos mulheres independentes, ganhadoras do nosso próprio sustento e ajudar as nossas famílias.

Quando eu me candidatei no cursinho da minha cidade para uma vaga em uma grande rede de Hotéis de Londres, não fazia ideia que se tratava de algo tão sério como trabalhar com Xavier Lancastre.

O dono do cursinho era amigo pessoal de Xavier que queria alguém que falava fluentemente inglês e tinha feito administração para poder vir estagiar na empresa.

Eu era bolsista, e tirei a maior nota, ganhei a vaga, e vim mesmo a minha família morrendo de medo de ser algo sujo e que eu nunca voltasse para casa. Marina veio logo atrás e trabalha dia e noite para ajudar a família como pode.

Marina também tirou o visto de trabalho para morar por três meses aqui, mas ela sempre consegue renovar, porque ela é uma boa funcionária e não dá trabalho para ninguém, muito pelo contrário. Então sempre tem o visto renovado.

- Vamos Daniela, daqui a pouco seu patrão tá aqui na porta com aquela cara de poucos amigos. - Marina grita do lado de fora do banheiro.

Minha amiga era tudo que eu tinha por aqui, nem posso falar que tenho Paul como meu porto seguro, a cada dia estava ficando mais ciente que ele não era tudo que eu imaginava.

- Eu realmente tenho que me sentar e conversar com Paul... - Diga antes de terminar o banho e correr para me arrumar o mais rápido que eu puder.

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