Nas mãos do CEO Bilionário: Uma mãe para a minha filha
Nas mãos do CEO Bilionário: Uma mãe para a minha filha
Por: DhaSantana
Capítulo 1

Nas mãos do CEO: Uma mãe para minha filha

Capítulo 1

Não foi isso que eu esperava

Daniela Marçal

- Senhor... - Olho para meu chefe.

- Já não era para ter ido embora? - Ele soltou as palavras sem qualquer tipo de cuidado ou paciência.

- O senhor mandou fazer hora extra por causa do empreendimento que está em construção em Fernando de Noronha.

- Você já terminou as traduções, ou vai ainda precisar de quantos dias para terminar o seu serviço? - Xavier e sua urgência.

- Tudo que o Senhor me solicitou... - Lhe entrego a pasta com o trabalho feito de forma perfeita.

- Okay, pode se retirar, e ir ao seu encontro... - Fico sem graça.

- Como o Senhor sabe que estou indo ao um encontro? - Fico sem entender como ele chegou naquela conclusão.

- Você está mais elegante do que nos outros dias... - Diz com a sua postura séria. - Não estou dizendo que nos outros dias você é desleixada, não é nada disso. Mas tem certos vestidos, perfumes e até mesmo maquiagens, que fazem jus a ocasiões especiais... Fora que você tem um namorado, certo? - Ele sabia do meu relacionamento.

- É esse o caso de hoje, você arrumou o seu cabelo de uma forma que somente faz quando vai ao jantar de negócios ao meu lado. Seu vestido é novo, pois está com a etiqueta para dentro. - Queria me afundar no chão. - Seu perfume é aquele que a Olívia lhe deu de aniversário. E para finalizar, sua maquiagem, está impecável. Está muito linda Daniela Marçal, pena que é para encontrar alguém que eu não gosto.

Sei que os dois foram amigos em um momento da vida.

- Porque não gosta do Paul? - A pergunta saiu sem querer.

Xavier não me dava abertura para esse tipo de pergunta. Ele se metia na minha vida, não o contrário.

- Pergunta para ele... - Diz sem se abalar. - Quem me odeia é ele...- Sabia que tinha acontecido algo, ninguém odeia outra pessoa de graça.

- Um dia eu quero saber o que aconteceu, não posso julgar ou opinar, sem saber de fato as duas vertentes da mesma história. - Não sei de onde saiu a coragem para falar isso.

- Acredito que quando esse dia chegar, o momento que você souber a verdade. Nesse dia, você vai se perguntar, como eu não via antes? - Ele manteve a sua cara de paisagem. - Vá Daniela... - Faz um sinal com a mão. - Vai acabar perdendo seu jantar...

- Sim Senhor...

– Ah... Já sabe que o seu estágio está acabando? – Aquela informação caiu como uma bomba na minha vida.

- Como assim? – Eu não sabia de nada disso.

- Você não lê a droga do seu e-mail? – Diz irritado. – Como pode ser tão irresponsável? - Diz de forma ríspida.

- Eu... eu... – Ele me corta.

- Um mês Daniela, seu estágio acaba em um mês. Não, não, não... isso não podia acontecer.

- Eu não posso voltar para o Brasil... – Eu não podia voltar para o Brasil, não quando a vida lá é pior que o inferno.

- Então veja o que você pode fazer, Daniela Marçal. Veja se o seu querido Paul pode te ajudar a permanecer no Reino Unido.

(...)

Saio da empresa com a cabeça a mil, mesmo assim, me ânimo para ir ao encontro.

Estava na verdade com medo, não podia voltar para o Brasil. Esse estágio era a minha salvação. Quando a oportunidade surgiu, eu agarrei para poder fugir de casa e não ficar entre o relacionamento da minha mãe e meu padrasto.

Tinha vindo para cá na esperança de viver aqui para sempre, não queria voltar para o Brasil e ser motivo de brigas em casa.

Meu padrasto não gostava de mim, e vir para cá foi a melhor decisão.

Aqui eu tinha o dinheiro do estágio, era pouco, não era dona da minha vida, mas tinha um pouco que me bastava.

A possibilidade de voltar me deixava mais certo do que eu precisava ficar, que eu precisava dar mais um passo na minha vida.

Eu queria chorar para aquele que sempre me ouvia, Paul era o meu atual namorado, aquele que era um verdadeiro cavaleiro para mim, e uma paixão que me deixava feliz com pouco.

Quando cheguei ao restaurante, ele estava sentado em uma das mesas perto das janelas, como um cara cortês que sempre demonstrou ser, me esperava pacientemente com a sua taça de vinho, seu olhar focado em tudo e em nada ao mesmo tempo.

Me apresso para chegar ao seu encontro, já estava atrasada dez minutos segundo o horário combinando, e sinceramente, não era visto com bons olhos nos atrasarmos aqui na Inglaterra.

Sim, os ingleses eram super pontuais, não gostavam de atrasos e não confiavam em pessoas que não levavam a pontualidade a sério. Era um marco para a pessoa chegar atrasada, e não de forma boa, mas acho que nem Paul me culpa mais, ele sabe para quem trabalho e que quase não tenho vida.

Passei a minha mão nervosa pelo vestido que tinha escolhido para essa noite. Paul tinha mandado flores para a minha mesa na empresa que eu trabalho atualmente. Junto com um bilhete pedindo para comparecer aqui nessa noite e nesse horário, pois segundo as informações anexadas no convite, Paul tem uma grande notícia para me dar.

Claro que como toda mulher que está namorando a três anos com o mesmo homem, já acende uma luz brilhante em que finalmente iriamos dar o próximo passo.

Que finalmente Paul entendeu os meus sutis sinais. Onde eu deixava subentendido que eu sonhava em ser pedida em casamento.

Eu sempre deixava pistas, lembretes como revistas com modelos de anéis, catálogos de casamentos e cerimônias ao ar livre...

Em nossas conversas com amigos, deixava no ar que logo queria me casar e ter filhos. Enfim, maneiras pouco evasivas para dizer que estava pronta para ser pedida em casamento e finalmente desencalhar, afinal, já tinha trinta anos e nem sinal de um lindo anel de compromisso no meu dedo.

- Oi meu amor... – Digo assim que me aproximo da mesa que ele estava sentando. – Desculpa a demora, Senhor Lancaster não facilitou a minha saída e somente pude vir depois de liberar um documento que ele me pediu em cima da hora. – Já me justifico porque não posso me aproveitar do fato de Paul ser educado e um cavalheiro, que eu deva sempre extrapolar os horários dos nossos encontros.

Paul logo me dá o seu sorriso cortês, ele melhor do que ninguém sabia como Xavier era, os dois já estudaram juntos, mas seguiram caminhos diferentes.

- Xavier vive para o trabalho e acha que todos são obrigados e fazer o mesmo... – Diz se levantando e puxando a cadeira para que eu me sentasse.

Como eu disse, ele era um lorde.

- Não vamos falar do seu chefe, o dia é para comemorar. Não para perdemos o nosso tempo falando em uma pessoa tão insensível como ele. – Paul encerra o assunto Xavier e meu atraso. – Tomei a liberdade de fazer o nosso pedido, e agora você está aqui, é isso que importar... – Ele pega a minha mão com delicadeza e a beija com um selinho casto.

- Obrigada por pensar em tudo... – Digo olhando para Paul que estava super animado até para os seus padrões.

Ele engatou uma conversa sobre como a sua empresa estava em uma grande crescente no mercado. Que as coisas estavam melhores que nunca e que ele futuramente seria um grande nome na indústria hoteleira.

Sim, ele tinha um hotel na cidade de Londres, e tinha muitas ambições como uma rede de hotéis com o seu nome.

- Qual era a novidade? Recebi lindas flores em meu escritório, e já imaginei milhões de coisas... – Paul ri provando seu prato de comida que parecia delicioso.

- Curiosa? – Acabei rindo também e provando do meu prato que não era algo que eu comeria, mas que Paul sempre pedia em nossos encontros.

Ele escolhia com a desculpa de que eu provasse dos seus gostos, mas sinceramente, nesses três anos, era difícil provar algo que eu escolhi por conta própria.

Digamos que Paul gostava de ter o controle, então ele escolhia os lugares, passeios, comidas e até onde iriamos passar a noite.

Eu sempre relevava, mesmo às vezes querendo fazer algo diferente. Paul tinha sempre bons argumentos, quando não ganhava, dizia que eu não era do país dele, como eu poderia dizer o que era bom ou não?

- Sabe que eu sou bem curiosa, e foi como uma pequena tortura ficar fazendo suposições do que seria na minha cabeça. – Falo amenizando muito a situação.

Xavier quase me demitiu por estar com a cabeça em outro lugar.

- Quais eram as suas suposições? – me pergunta com um humor divertido.

Confesso que Paul é um pouco fechado, e quando ele está nesse modo, ele realmente está muito feliz.

- Melhor não falar, posso estar colocando muita expectativa em algo e não ser... – Paul avalia e concorda.

Não vou falar que espero que ele me peça em casamento, seria deselegante.

Um dos garçons chega com o melhor e mais caro champanhe.

Eu logo penso se as minhas unhas estão bem feitas, se estou arrumada para os vídeos que vão fazer quando Paul se ajoelhar e me pedir em casamento.

Saio dos meus devaneios quando o champanhe é aberto sem aquele espetáculo espalhafatoso que vejo no Brasil, minha terra amada e querida.

Aqui tudo era contido, tudo tinha que seguir uma ordem e decência. Nada era permitido acima do normal para eles.

Arrumo a minha postura e fico olhando para Paul que tinha uma paciência de Jó!

Ele coloca champanhe nas traças, me entrega um com a sua elegância característica.

- Bom, sabe que não sou bom com suspense ou surpresas, mas esse próximo passo que iremos dar no nosso relacionamento é muito importante para mim, Daniela. – Olho para ele querendo chegar aos finalmente e dizer que sim, eu me casava com ele. – Então, eu estava pensando muito sobre isso, e tomei a decisão que vai mudar nossas vidas, meu amor... – Paul sorri e pega algo em seu bolso.

Nessa hora eu nem ligava que ele não tinha ajoelhado para me pedir em casamento. Portanto, que ele pedisse, estava tudo perdoado.

Quando ele abre a mão, lá estava uma chave, e não o meu anel.

Eu juro que tentei não murchar na mesma hora, mas eu deveria estar com uma cara de questionamento.

- O que seria essa chave, Paul? Aliás, o que ela deveria abrir?

Paul com um sorriso maravilhoso, que não deve ter se tocado no quando me deixou confusa e desapontada, diz o que eu mais temia.

- Essa é a chave de uma nova filial do meu hotel. – Diz tão feliz, mas ele não tem culpa de que eu tenha entendido tudo errado. – Agora vou ter um hotel no sul da Inglaterra, não é um máximo?

O que eu deveria falar?

Eu pensei que você me pediria em casamento, PAUL!

Eu me organizo internamente, já estava bem acostumada com decepções, essa era mais uma da lista.

- É maravilhoso, Paul... – Digo com o meu melhor sorriso, ou pelo menos era o que eu acreditava. – Você está realizando seus sonhos finalmente... – Uma lágrima marota caia dos meus olhos sem aviso.

- Oh meu amor, ficou emocionada? – Diz de uma forma tão gentil que me dá raiva.

Suspira e se recomponha.

Na verdade, queria gritar que não!

Fiquei braba por pensar que seria pedida em casamento hoje em um dos restaurantes que sempre sonhei em estar.

- É o seu sonho, não? – Digo mais ele me corrige.

- É o nosso sonho, meu amor... – Paul se levanta e me abraça.

A questão que não era o meu sonho, estava longe de ser o meu sonho também.

Acho que finalmente entendi que tínhamos sonhos diferentes, estávamos em momentos de nossas vidas diferentes e distantes. Definitivamente não podia esperar de Paul um casamento ou filhos, ele claramente tinha outras prioridades.

Após o jantar, Paul teve que ir ver a mãe, ele sempre tinha que ir correndo ao seu encontro.

No final foi bom, estava arrasada demais para continuar fingir que estava tudo bem.

Quando finalmente cheguei em casa, ao abrir a porta, lá estava um motivo puro para sorrir.

Olívia

Minha pequena menina de tranças longas e olhar tímido. A menina me esperava sentada no sofá com o seu ursinho.

- Seu pai sabe que está aqui? - Ela acena negativamente. - Que ele não me mande mais cedo para o Brasil... - Definitivamente Olívia era a melhor pessoa que eu poderia ver no dia de hoje.

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