“Nem todas as árvores têm raízes no chão — algumas fincam-se nas lembranças.”
— Ceiba, guardiã das árvores sagradas e mãe da floresta
Entre o sussuro das folhas, a lua deslizava pelo céu como um olho atencioso e antigo, lançando sua pálida prata sobre as copas cerradas da floresta. Sob seu véu translúcido, Ceiba caminhava, os pés descalços tocando a terra com a leveza de uma oração.
Cada passo fazia-se prece. Cada folha sob seu calcanhar era memória.
Ela não patrulhava.
Ela comungava.
Cercada pelos espíritos da floresta, que a seguiam em silêncio — pequenas entidades de luz e sombra, raízes ambulantes, sussurros encarnados em formas animais — Ceiba mantinha o olhar sereno ao horizonte noturno.
Ela não temia o escuro.
Temia o que se esconde quando até o escuro teme aparecer.
A floresta sabia.
As árvores não esquecem.
E Ceiba também não.
Ela ainda se lembrava do tempo antes do Eclipse.
Antes do mundo curvar-se ao nome de Naaldlooyee.
Antes das aldeias se calarem.
Antes de as meni