O vento soprava entre os bambuzais, murmurando mantras aos aguçados ouvidos de Mei-Lian.
Desde criança, ela escutava as histórias dos antigos mestres taoístas — os andarilhos da harmonia, aqueles que enxergavam além do véu da realidade e compreendiam o equilíbrio entre todas as coisas.
Seus dias eram banhados pelo sol dourado da manhã, e suas noites pelo brilho prateado das estrelas, enquanto praticava os sutis movimentos da espada, do leque e da respiração.
Seus mestres lhe diziam que a vida não era uma estrada reta, mas um rio sinuoso, onde a resistência levava à dor, e a aceitação, à paz.
E Mei-Lian acreditava nisso.
Até que o destino decidiu testá-la.
Primeira Paixão: A Dança do Leque
O leque era sua primeira paixão. E não apenas como arma.
Ela via poesia no dobrar da seda, na suavidade de um gesto que confundia, encantava e, num piscar de olhos, poderia matar.
Os monges diziam que era vaidade.
Mas Mei-Lian não via problema em ser bela e perigosa ao mesmo tempo.
Em noites de festi