Antes de se tornar o homem que agora moldava sombras e impunha sua vontade ao mundo, Donaldo fora apenas um menino.
Um menino de pés sujos de areia, de olhos brilhantes como moedas de ouro, de coração inflado pelo vento salgado que vinha do mar.
Ele crescera em uma vila de pescadores, onde as lendas de piratas e exploradores eram sussurradas entre redes de pesca e tonéis de rum barato. Havia sempre um marinheiro de passagem contando histórias de cidades de ouro perdidas, de ilhas onde monstros dormiam, de mapas riscados à faca sobre peles de animais exóticos.
E Donaldo escutava. Escutava como quem bebe de uma fonte inesgotável, como quem quer engolir o mundo antes mesmo de poder zarpar.
Quando tinha seis anos, Donaldo construiu seu primeiro barco.
Não passava de tábuas velhas pregadas de qualquer jeito, com uma vela feita de lençol roubado, mas na mente do menino, era uma nau majestosa, cortando o oceano em busca de esquecidas riquezas.
Ele mesmo se nomeou capitão. E os outros garotos