A noite estava densa como um véu de seda negra, bordada por murmúrios distantes do vento cortando as árvores. Kaena e Hei corriam, ofegantes, os corpos ainda vibrando com a adrenalina da emboscada que quase os pegara.
O cheiro picante da mistura de farinha e pimenta impregnava o ar atrás deles, a distração perfeita para despistar os batedores inimigos.
Mas a ameaça ainda estava próxima.
Hei puxou Kaena pelo pulso, guiando-a para dentro de uma antiga trilha oculta entre rochedos cobertos de musgo.
Cada passo calculado, cada movimento contido.
O esconderijo precisava ser seguro.
Quando as ruínas surgiram entre a neblina, ambos sentiram algo estranho.
Um silêncio irreal.
O ar parecia diferente ali, mais frio. O som da floresta fora engolido por uma ausência que pesava sobre seus ombros.
Kaena deslizou os dedos pelo cabo da adaga, conforme Hei se abaixava, os olhos analisando as sombras entre os escombros.
— Parece abandonado… — sussurrou ela, embora seu instinto gritasse outra coisa.
Hei