SAMANTHA VASCONCELOSEnquanto Ian enrola na banheira, busco minhas roupas no outro quarto, para me arrumar com ele. Escovo o cabelo, me maquio e visto um conjunto de blazer e saia. Estou quase pronta quando ele resolve sair do banheiro.Pela primeira vez, fico pronta antes dele.É bom, pois tenho a oportunidade de observar enquanto se arruma.Ele veste um terno azul marinho que abraça seu corpo torneado como uma luva, os músculos, as pernas..., em seguida, abre uma gaveta cheia de relógios, de várias cores, formatos e tamanhos e escolhe um.Descemos para o café.Sra. Jacob preparou uma mesa com ovos, bacon, frutas, pães, homus e tofu. Ainda não me acostumei a não preparar minhas próprias refeições. Mas posso me acostumar.Tomamos café e vamos pro trabalho.Ainda não consigo acreditar que estou aqui!Quando chegamos à empresa, algumas coisas me impressionam.Primeiro, estou em choque com os paparazzi que lutam para conseguir alguns cliques de Ian.Segundo, o prédio é simplesmente mon
SAMANTHA VASCONCELOSSaímos de lá e vamos para sala de Ian.Que tem o dobro do espaço da que ele usou no Brasil. É muito moderna, com design futurístico. Ian se senta na cadeira atrás de sua mesa e faz sinal para que eu me aproxime.Me sento em seu colo de frente para ele.— Fico feliz que tenha conhecido meu pai – diz ele, com o rosto enfiado em meu pescoço.— Ele é incrível. Agora sei pra quem você puxou.Ele tem sua risada abafada pelo meu cabelo. Antes de responder, alguém bate na porta, e antes que possamos responder, Carter abre a porta e entra falando:— Ian, trouxe os papeis que me pediu e... – ela para no meio da frase quando nos vê. – Desculpe, eu não sabia que estava acompanhado.Não sabia? Acho que isso é meio obvio já que chegamos juntos. Mas me mantenho calada e tento me levantar. Com certeza estou vermelha. É como se tivéssemos sido pegos no pulo. Ian me segura no lugar.— Aguarde minha resposta depois de bater, e não vá entrando – ela assente. — Deixe os papeis e pode
SAMANTHA VASCONCELOSNão tive muito tempo para ficar sozinha com meus pensamentos nessas últimas semanas, o que acabou me esgotando um pouco.Estou acostumada a ter um espaço e tempo pra mim.Então fiquei muito aliviada quando Ian me deixou em casa e foi ao clube se encontrar com os amigos. Um clube para homens – disse ele.Que fosse misto, eu não ia querer ir.Estou cansada da viagem, e do turbilhão que foram esses dias. Fingi maturidade em relação a Carter, mas eu queria sim, que Ian a demitisse.Na verdade, eu queria atirar meu sapato naquela cara de entojada dela.Não, eu queria jogar qualquer coisa em sua direção.Para distrair minha cabeça, mandei mensagem para Luna perguntando sobre o trabalho e mencionei o ocorrido, só para ver o que ela tem a dizer.Enquanto sua resposta não vem, ligo pra minha mãe.Conto sobre minha chegada e como estou bem instalada. Filmo um pouco da casa para ela ver e sua expressão é de êxtase total.Conto sobre a empresa, como Ian é conhecido por aqui e
SAMANTHA VASCONCELOS Obviamente perdemos a hora. Me troco rapidamente e vamos para a casa dos pais de Ian, e não sei o que esperar. Visto um short alfaiataria de cintura alta, uma regata branca e um blazer, nos pés, uma bota cano alto preta de couro. E estou levando um sobretudo preto. As casas tem aquecedores, mas vai que chove ou faz frio. Precaução é tudo. Falando nisso, preciso urgentemente ir em alguma loja refazer meu guarda-roupa. Mesmo tendo trago minhas melhores roupas, aqui faz mais frio e a moda é bem diferente. Mas eu gosto do que vejo. Outra coisa que preciso providenciar é um lugar para ficar. Não posso morar com Ian e fazer isso dar certo. Quer dizer, agora está tudo bem, mas e se rolar alguma discussão? Vou sempre estar na casa dele. Na empresa dele. Meu deus, é tudo dele. Até eu sou dele, hehe. Mas afinal, somos apenas namorados, e não quero atropelar nenhuma etapa. Também preciso do meu próprio espaço. Por Deus, faz dias que não uso o banheiro direito.
SAMANTHA VASCONCELOSResolvo aproveitar a oportunidade de estarmos sozinhas para expor uma de minhas inseguranças:— Posso perguntar uma coisa?— Claro que sim.— Ainda não consigo parar de questionar o que Ian viu em mim – sorrio, mas deve parecer uma careta, estou expondo minha maior insegurança no momento. – Estou totalmente sem graça e sei que devo parecer uma boba, mas...— Ora, não parece uma boba coisa nenhuma! É normal existir inseguranças em um relacionamento. E é por isso que devemos falar sobre elas.Sua expressão é uma mistura de interesse e entendimento de quem já esteve no mesmo lugar. Faço que sim para ela. — Minha querida, posso te dizer a verdade? – pede.E é nesse momento que meu estomago embrulha.— Que fique entre nós ok?Faço que sim. De repente incapaz de falar e muito, muito ansiosa.— Ian e o pai, são muito ocupados, e sempre separaram tempo para conciliar vida pessoal e trabalho, como sabe, não trabalham demais. E vivem se comunicando um com o outro. Houve um
SAMANTHA VASCONCELOSNo dia seguinte, ao chegar no escritório, Carter – olhando diretamente para Ian, murmura um bom dia superanimado.Ian apenas acena com a cabeça, totalmente alheio a ela. Mas eu respondo:— Bom dia, Carter.A moça me fulmina com o olhar.E sinto uma leve satisfação.Ian me guia até uma porta que fica ao lado da sua sala.— Tenho uma surpresa pra você – diz. — Abra.E é o que faço. Entro em um ambiente notoriamente feminino. A sala é quase do mesmo tamanho que a de Ian.Foco na parede de vidro que pega o espaço de fora a fora e o divã voltado a ela.Entro no espaço e fico impressionada.É lindo e muito bem decorado.Muito mais do que imaginei que mereceria ou alcançaria.Muito mais, mesmo.— Nossa amor, eu...Olho pra ele e tudo que encontro é ansiedade em seu olhar.— Eu amei – digo com firmeza, e o envolvo num abraço.Eu amei mesmo.Achei a sala a minha cara!— Que bom que você gostou. É pra você mesmo.— Obrigada, obrigada, obrigada – murmuro contra seu pescoço.
SAMANTHA VASCONCELOSDesde que chegamos em Edimburgo, só temos conversado em inglês, e estou achando isso muito legal. Não estou me embolando como imaginei que estaria.— Amor? – chama Ian.Ele aparece na porta do “meu” quarto. Estou olhando minhas roupas e vendo o que vou usar hoje.— Hm?— Quer ir na academia? Vou comer agora para ir.— Nossa, sim. Preciso de uma atividade física urgentemente.Ele sorri com malícia.— Você pratica atividades físicas duas vezes por dia, Samantha.Jogo o meu vestido nele, e não consigo segurar o riso.Ian raramente faz gracinha.Eu gosto mais dessa versão.E fico muito, muito admirada.— Ai, ai, ai, que gracinha em.Ele vem em minha direção e me abraça. — Vamos comer então – morde minha orelha.— Taaaaa – a palavrinha sai arrastada.Meia hora depois, descemos para comer.Ainda bem que eu já estava fuçando nas minhas coisas, então não foi difícil encontrar meu tênis e um conjuntinho de treino.Descemos para a academia, que fica no subsolo do prédio.
SAMANTHA VASCONSELOS Ao vê-los, minha confiança evapora e sou tomada por um súbito nervosismo. Ian, de alguma maneira, percebe. Ele para e me envolve em seus braços. — Calma amor, é você quem tem que gostar deles e não vice e versa. Não é bem assim. Mas tudo bem. Faço que sim e vamos até eles. O primeiro é alto. Tem olhos azuis e cabelo preto. Nariz reto. Um cara normal, quase sem graça à primeira vista. Que Ian apresenta como Louis. O homem abre um sorriso caloroso e diz: — Na verdade, eu sou o melhor amigo – ele se aproxima como se fosse me contar um segredo. – Mas não conta pros outros. Ok, ele parece ser legal. Abro um sorriso e respondo, também em tom de cumplicidade: — Seu segredo está guardado comigo. — Louis cara, por que você já quer monopolizar a garota? Nós queremos conhecer ela também! — Ah cara, da um tempo! O que eu vou fazer se sou o mais legal daqui? – replica ele, e dá um gole em sua bebida. Os olhos desse que se aproxima são muito expressivos e divertid