SAMANTHA VASCONCELOS
Ian está com o rosto enterrado em meu pescoço, e faço uma prece silenciosa agradecendo a Deus por Dom estar de cara virada e não ter descido junto comigo.
O toque de Ian me é estranho. Meu corpo não o reconhece mais. Parece tão… errado. Tipo quando uma peça do quebra cabeça parece a correta, mas não é.
— Que bom que você veio, eu não sabia pra quem ligar... e…
— Tudo bem, Ian. Você pode me dizer o que aconteceu? – diante de seu silêncio, digo: — Vou ali ver como Charlotte está.
Faço carinho em seu braço e lhe ofereço um pequeno sorriso, antes de ir até Charlotte e Laura.
Minha amiga parece inabalada. Distante e fria. Então certamente o caos está reinando dentro dela. Mas ela não irá dizer e nem demonstrar nada agora, e nem tentarei tirar algo dela nesse momento.
— Laura? Charlotte? — chamo.
Laura levanta a cabeça ao ouvir minha voz e seus olhos enchem de água, mas ela pisca rapidamente, as lágrimas somem, e é como se nunca tivessem estado ali.
Sabe quando algo