Enquanto corria, as lágrimas desciam em seu rosto. Malú se lembrou de seu pai, o aperto em seu peito se intensificou, praticamente lhe sufocando. A noite era fria e uma neblina dificultava a visibilidade. Se desequilibrou e caiu no chão. Não tinha forças. Chorou mais forte.
Viu que aqueles homens entre as árvores com lanternas e armados. Ela novamente tapou a boca para não ouvirem seu choro. Era uma angústia esmagadora. Sentiu-se como uma criança apavorada. Se esforçou para levantar, sentiu uma forte dor no tornozelo, talvez tivesse sofrido uma torção, sabia que isso dificultaria sua fuga.
— Não... Não... — balbuciou enquanto sentia uma dor estrangulante para caminhar.
Malú viu um lago à frente, pensou em chegar próximo e entrar na água, já tinha visto aquela cena várias vezes na TV. Entretanto, talvez não conseguisse, pois aqueles homens a cercavam. Naquele momento, precisou parar e ficar quieta atrás de uma árvore. Um deles estava bem ali, a poucos metros. Malú prendeu a respiração.