"Nem todo pesadelo termina ao acordar. Mas às vezes... alguém espera por você do outro lado."
A enfermaria estava silenciosa. A luz baixa mal tocava os lençóis alvos, mas a paz aparente contrastava com a batalha travada sob as pálpebras cerradas de Sophia. Sedada após o resgate e os ferimentos, ela dormia, mas seu rosto denunciava agonia. As sobrancelhas franzidas, a respiração irregular, o cenho contraído.
Então ela se remexeu. Um murmúrio escapou por seus lábios secos. Algo ininteligível, mas carregado de dor.
Em sua mente, o mundo era fumaça, ruído e medo. Revivia o inferno da missão: os tiros cortando o ar, o sangue espalhado pelo chão, a comunicação falha pelo rádio. O som dos passos na lama, da perseguição impiedosa. As vozes sobrepostas. O gosto de metal na boca. A solidão.
Mas o pesadelo dava lugar a algo mais antigo. Mais dolorido.
O cenário mudou. Estava de novo no refeitório do orfanato. Aquele cheiro de sopa rala e desespero. Edward estava lá. Seus olhos frios. O aperto em