Uma sensação estranha.
Já faz um mês que estou morando aqui com Theo — um mês desde que decidi dar uma chance para nós dois. Nesse tempo, ele tem se mostrado um namorado atencioso e dedicado. Ainda temos nossas desavenças, mas não demoramos nada para fazer as pazes. Não quero perder nem um dia do nosso relacionamento; quero curtir cada instante como se fosse o último. Não falei para ninguém porque não quero deixá-los preocupados, mas, toda vez que saio para o jardim, sinto que estou sendo observada. Quando olho em volta, não vejo ninguém. Às vezes penso que é coisa da minha cabeça, mas a sensação volta sempre que piso no gramado. Não quero alertar ninguém, porque sei que vão querer me vigiar vinte e quatro horas por dia, e isso me sufoca. Na primeira semana aqui, já me senti sufocada: quando não era Theo, eram meus pais; quando não eram eles, era alguém da casa. Pedi que me dessem um tempo para respirar.
Rania anda muito inquieta nesses dias. Ela passeia de um lado para o outro na minha cabeça o tempo todo.