Estamos no carro de Theo. Ele está ao meu lado, e Henry dirige com aquela calma fingida, mas rindo das minhas respostas secas ao amigo dele. O carro vibra levemente no asfalto, o som do motor preenchendo o silêncio que tento manter. Finjo que estou dormindo — cabeça apoiada no vidro frio, olhos cerrados — mas, na verdade, só estou tentando não rir das brincadeiras deles. Sinto o calor da mão de Theo chegando cada vez mais perto, até segurar a minha. Esse homem ama contato físico; parece que precisa me tocar para acreditar que estou ali. Toda hora que pode, ele me agarra, como se o simples toque fosse um fio que nos une. Eu sei que estou sendo dura com ele, jogando na cara a rejeição de antes, mas, se ele está realmente afim de mim, isso não fará ele desistir. É quase um teste silencioso.

Eles começam a conversar sobre a companheira de Henry, e eu não resisto. Abro um olho, depois o outro, e pego Theo me olhando, rindo daquele jeito que mistura charme e provocação.

— Eu sabia que você