Helena desapareceu.
Fiquei uma noite e um dia longe da minha oncinha — e foi como se cada segundo pesasse uma tonelada. Agora conto as horas para que ela se torne minha Luna e possamos finalmente viver juntos até que a morte nos separe. Dormi mal na casa do Henry ontem; não deixaram que eu ficasse ao lado dela. É superstição, disseram. Para mim não é superstição: sem a minha oncinha ao meu lado, eu não consigo descansar. Preciso do cheiro dela, do calor do corpo dela, daquela presença pequena que me aninha. Sem isso, o sono vem raso e cheio de lembranças.
Hoje, antes dela ir para o salão se arrumar, dei um jeito de vê-la, de roubar um beijo rápido e sussurrar que a amo. Ela estava leve — parecia ter tirado um peso das costas nos últimos dias. Talvez tudo que aconteceu mexeu com ela, talvez a obrigação de morar ali a fez se acostumar de outra forma. O importante é vê-la sorrir, brincando e provocando. E pense numa mulher que gosta de brigar! Nossas brigas sempre acabam em rendição: a gente discute, empurr