Inicio / Lobisomem / Minha Ômega me tornou seu Alfa. / Eu Reijeito a minha escolhida por ser ela.
Eu Reijeito a minha escolhida por ser ela.

— É sério o que estou ouvindo?

Ela está pedindo para que eu a rejeite logo, porque o tempo dela é sagrado demais para ficar ao meu lado. Quem ela pensa que é? Eu sou praticamente o Alfa da alcateia Lua Crescente, e ela é apenas uma ômega sem valor. Ela deveria se sentir honrada em permanecer, nem que fosse por uma hora, ao meu lado. Mas, se o que ela quer é ser rejeitada rápido, então é isso que farei, porque não quero passar mais nem um segundo ao lado dela… desse cheiro fascinante que ela tem.

Foco, Theo, foco.

Preciso terminar logo isso de uma vez antes que eu faça alguma besteira da qual não poderei me arrepender depois. Olho nos olhos dela, e algo dentro de mim parece estar sendo consumido só de pensar na dor que ela sentirá quando eu a rejeitar.

Foco, Theo, foco. Preciso fazer isso logo, será melhor para todos.

— Não, Theodoro! Você não vai fazer isso com a nossa companheira. Jamais aceitarei outra se não for ela. Você entendeu? Não machuque nossa menina, ela é tão frágil. Não percebe a dor que está causando a ela… e a nós?

Finjo que não escuto Ryle, que insiste em falar na minha cabeça, e foco em Helena. Ela me olha como se nossa conexão não significasse absolutamente nada. A raiva toma conta de mim, e deixo que ela fale por mim de uma vez por todas, encerrando qualquer relação que ainda nos mantenha ligados.

— Eu, Theodoro Duarte, futuro Alfa da alcateia Lua Crescente, lobo dos lobos, renuncio a você, Helena Garcia, ômega da alcateia Lua Crescente, como minha companheira e futura Luna. Sendo assim, desligo qualquer vínculo que há entre nós e corto nossa conexão.

Ao terminar minhas palavras, vejo-a virar de costas para mim, aparentemente secando uma lágrima perdida em seu rosto. Preciso me conter para não me aproximar e enxugar aquela lágrima com minhas próprias mãos. Espero que ela não faça nenhum drama nem tenha uma crise de choro. Sei que é fraca e talvez não aguente essa dor, mas nada posso fazer. O que poderia, já fiz: libertei-me dela para o bem do meu povo.

Ryle grita dentro de mim, pedindo que eu pare, porque estou machucando-a. Creio que ele sente a dor da loba dela. Ela permanece de costas por alguns minutos, e percebo sua demora em se virar. Será que está sofrendo muito? Será que devo ajudá-la?

— O que você poderia fazer, seu idiota? Ela está sentindo dor por sua causa! — resmunga Ryle mais uma vez, exaltado, como se quisesse pular para fora de mim e abraçá-la.

Mas eu o contenho. Ele precisa entender que não podemos tê-la ao nosso lado. Isso, no fundo, também é bom para ela, porque ser Luna exige obrigações que ela, sendo uma simples ômega, jamais suportaria.

Quando ela se vira novamente, percebo que engole seco, como se estivesse se preparando para algo que eu sei que vai dilacerar minha alma ainda mais do que a dor que causei nela. Mas estou preparado. Se ela aguentou, sendo quem é, eu também vou suportar.

— Eu, Helena Garcia, ômega da alcateia Lua Crescente, rejeito você, futuro Alfa Theodoro, lobo dos lobos, como meu companheiro e, assim, corto todos os laços que nos unem.

Ela se cala. Mas, com essas simples palavras, transmite-me uma dor tão devastadora que sinto minha alma sendo rasgada em duas. Meu lobo grita dentro de mim, acusando-me, dizendo que a culpa é minha e que, se não for Helena, ele não aceitará outra companheira. Sei que vou me arrepender de tudo o que fiz.

— Cala a boca, sarnento! Eu prefiro viver só do que ao lado de uma ômega fraca como ela, que não sabe nem se defender. Para nada serve ter alguém insignificante ao nosso lado. — Rosno para Ryle, tentando calá-lo. Já basta a dor que sinto e ainda ter que aguentar esse saco de pulgas me acusando.

Percebo que falei alto demais e encontro novamente o olhar dela. Não vejo mais a dor que estava em seus olhos até há pouco tempo. Agora, só encontro raiva e mágoa. Como pode essa loba fraca não estar sentindo nada, enquanto eu, que sou Alfa, estou sendo despedaçado por dentro?

— Como pode você estar bem, enquanto eu estou sendo dilacerado por essa dor sem fim? — pergunto, tomado pela revolta.

Ela me encara com um olhar frio, cheio de mágoa, e responde com firmeza:

— Eu não tenho obrigação de explicar o que acontece comigo, muito menos meus sentimentos ou dores. Então, que você passe bem, Alfa Theodoro.

Ela se afasta. Aproveito para ir até meu quarto e, tomado pela raiva, começo a quebrar tudo o que vejo pela frente. O tempo passa rápido, e quando olho o relógio já são 23h30. Faltam apenas 30 minutos para minha transformação.

Escuto a porta se abrir. Henry entra sem cerimônia.

— Não sabe bater na porta, porra? — grito.

— Eita! Pela sua raiva, já percebi que fez besteira com a Helena, não é?

Olho para ele e vejo sua expressão de bronca. Sorte a dele ser meu amigo, ou já estaria sem cabeça.

— Isso não é da sua conta. Agora me explica: como eu, sendo quem sou, poderia ficar com alguém como ela?

— Não tenho resposta para essa pergunta, Theo. Só espero que você não se arrependa quando for tarde demais.

— O que você quer dizer com isso?

— Só estou dizendo que já passou pela sua mente que ela pode ter uma segunda chance? Que pode encontrar alguém que a queira, independentemente de ser ômega ou não?

— Cala a boca! Ela não vai ter porra de segunda chance nunca. Se depender de mim, ela vai morrer sem conhecer ninguém, entendeu? — rosno, furioso.

— Ok, Theo. Agora vamos logo para o jardim. Seus pais e toda a alcateia já estão te esperando.

Saímos do meu quarto e seguimos até o jardim, na entrada da floresta. Todos estão lá, menos ela e o amiguinho dela. Quando percebo a ausência dos dois, a raiva volta a me dominar. Tento bloquear esses sentimentos e focar na transformação. Preciso que Ryle não me deixe na mão, apesar do que fiz.

— Não se preocupe, só vou cooperar para não passarmos vergonha. Mas o que você fez não terá perdão enquanto não tivermos nossa companheira ao nosso lado. — Ele resmunga.

Mando que se cale e se concentre apenas em nós.

Sinto meus ossos estalarem, a dor percorrendo cada nervo. Começo a rosnar e, instintivamente, procuro por ela no meio da multidão, tentando aliviar um pouco da agonia. Mas não a vejo. Encontro apenas meus pais, que me dão força com o olhar. Então, cedo o controle a Ryle.

Corremos para dentro da floresta. Assim que a transformação se completa, a sensação é incrível; a dor some. Apenas corro, sem pensar, até parar diante da casa de Helena.

Vejo-a abraçada com aquele idiota. A vontade que sinto é arrancar a cabeça dele. Como ousa tocá-la? Como ela permite isso?

Fico observando, escondido. Não demora, ele a solta. Ela sorri, beija a bochecha dele e entra em casa.

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