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2 - "Passou a noite com aquele cara?!"

AURORA SUMMER

— O que você está fazendo aqui?! — perguntei novamente, caso ele não tivesse me ouvido da primeira vez.

Como diabos ele conseguiu entrar na minha casa? Preciso falar com a Maju, precisamos trocar as fechaduras. Eu não queria que ele entrasse quando quisesse, ele não era meu namorado e não tinha mais o direito de estar aqui.

— Por que você está vestida assim? Então você passou a noite com aquele cara? — ele perguntou, e foi então que me lembrei da camisa e dos chinelos que eu estava usando.

— E como isso é da sua conta? Caso esteja esquecendo, nós terminamos. — falei, tentando passar por ele, mas ele bloqueou minha passagem com o corpo.

Tentei me afastar, mas Ryan me segurou.

— Me solta, imbecil!

— Ele te trata melhor do que eu? Ele te come melhor que eu? Ele te beija melhor?! — Na última pergunta, ele me puxou para si, e eu me pressionei contra seu peito enquanto ele tentava me beijar. Dei um tapa na cara dele e o empurrei com toda a força.

— Você enlouqueceu?! Como ousa? Acha divertido brincar comigo? Você me disse que não me queria mais e, de repente, está na minha casa perguntando por que eu estava com outro homem. — Minha voz saiu mais alta. A raiva queimava no meu peito como uma labareda. — E ainda tem coragem de agir como namorado traído depois de eu ver você na boate ontem com aquela loira pendurada no seu pescoço?!

Ryan empalideceu por um instante, mas logo voltou à defensiva.

— Aurora... — ele sussurrou, quase como se tivesse sido pego de surpresa. Ele achava que eu não tinha visto ou fingiria não ver? O que ele achava que eu era? Uma mulher patética que ficaria esperando ele voltar?

— Aurora, vamos falar sobre nós. Podemos resolver isso, podemos consertar. Eu aceito que a culpa é minha, mas você pode me perdoar, e eu perdoarei o fato de você ter ficado com outro homem.

Não pude evitar uma risada seca e amarga.

— Perdoar? Você quer me perdoar? Que piada. Quem devia perdoar alguma coisa aqui sou eu. Você acabou comigo e estava com outra na boate. Agora vejo que só perdi tempo com você. Por favor, saia da minha casa.

— Vamos, amor...

— Não me chame assim, porra! Você perdeu esse direito e não vai recuperá-lo.

— O QUE DIABOS HÁ DE ERRADO COM VOCÊ? Por que você está agindo como se eu tivesse matado alguém? Eu disse que deveríamos voltar, você não deveria estar feliz?

— Feliz? — perguntei com um sorriso debochado. — Eu deveria estar feliz porque o cara que terminou comigo, me humilhou e beijou outra na minha frente agora quer voltar? Você é um lixo, Ryan.

— O que está acontecendo aqui? — Ah, graças a Deus.

Nós dois nos viramos para olhar para Maju. Eu estava aliviada, enquanto Ryan tinha um olhar de desprezo no rosto. Eles nunca se gostaram de verdade, só se aturavam por minha causa. Agora que minha melhor amiga não precisava mais fingir ser legal com ele, eu já estava me sentindo mal por Ryan.

— O que esse pedaço de lixo não reciclável está fazendo na nossa casa?

— Cuidado com a boca, vadia.

Certo, espere aí... Ninguém insulta minha melhor amiga na minha presença.

— Ryan, vá embora!

— Sim, vá embora. Se possível, deixe o planeta Terra. — Maju concordou.

— Ela é quem te diz que não somos bons um para o outro? Ela tem feito isso, certo?

— Ei, cara, você enlouqueceu ou algo assim? — Maju disparou. — Você terminou com ela e agora a quer de volta? Minha amiga é um brinquedo ou algo que você descarta e usa quando quiser?

— Ryan, se você não for embora, eu chamo a polícia.

— Vou ligar para eles agora. — disse Maju, procurando o telefone na bolsa.

— Porra! — Ryan gritou antes de sair furioso da minha casa.

— Você está bem? — Maju perguntou enquanto me abraçava e passava a mão nas minhas costas com cuidado.

— Ele não fez nenhuma loucura, certo? — Balancei a cabeça, tentando não me desfazer ali mesmo. — Não, só falou asneira como sempre.

— Idiota. — ela resmungou, apertando meu ombro. — Agora que isso está resolvido, por que diabos você está vestida assim?

— Você não acreditaria em mim. — murmurei, desviando o olhar enquanto uma onda de calor subia pelo meu corpo. Eu ainda conseguia sentir o toque dele na minha pele, como se a noite passada tivesse ficado marcada ali.

— Bem, experimente. — disse Maju, já se sentando no sofá enquanto batia na almofada ao lado para que eu me juntasse a ela.

Suspirei e fiz um beicinho, sentando ao seu lado. Não tinha como esconder nada dela. Então, respirei fundo e comecei a contar tudo o que aconteceu na noite passada... ou pelo menos tudo o que eu lembrava.

Quando terminei, Maju estava atônita. Ela simplesmente ficou olhando para mim sem piscar, os olhos arregalados e a boca semiaberta. Acenei com a mão algumas vezes na frente do rosto dela.

— Maju?

Nada. Ela ainda estava em choque.

Então, do nada, ela se levantou e correu pela casa toda, pulando e gritando como se tivesse acabado de ganhar na loteria.

— MINHA MELHOR AMIGA TEVE UM CASO DE UMA NOITE! — ela gritava, girando no meio da sala. — Dá para acreditar? Como ele era? Ele era bonito? Ele tinha uma mansão, o que significa que ele é rico... mas espera... por que você fugiu? — Com isso, ela se jogou novamente no sofá, com os olhos brilhando de curiosidade.

— Eu... eu morreria de vergonha se ele acordasse e me encontrasse lá. — Dei um suspiro profundo, escondendo o rosto nas mãos. — Sabe que eu nunca estive com outro homem além do Ryan.

Douglas. Só de pensar nele, meu coração disparava. Ele tinha acabado de virar minha vida de cabeça para baixo. Eu sabia que não conseguiria tirá-lo da cabeça tão cedo, mas tentei me convencer de que era só uma transa de uma noite. Ele definitivamente me esqueceria. Era isso, certo?

— Podemos parar de falar sobre ontem à noite? — pedi, tentando mudar o foco antes que minha mente me traísse ainda mais. — Estou com fome. Precisamos comer alguma coisa. Aliás, como foi o trabalho? — perguntei enquanto me levantava e ia para a cozinha. Ao abrir a geladeira, percebi que não tínhamos muita coisa, o que significava que precisávamos fazer compras. — Estamos sem comida! — gritei da cozinha.

— Nós iremos mais tarde.

Peguei o cereal que ainda tinha na prateleira e preparei duas tigelas com leite. Entreguei uma para ela enquanto sentávamos lado a lado.

Quando terminamos, tomamos banho e acabamos fazendo uma “maratona de sono”, como Maju dizia. Só acordamos para comer alguma coisa e voltamos para a cama.

Acordei mais cedo que ela e, surpreendentemente, foi porque tive um sonho com Douglas. Apenas uma noite... e ele já estava se tornando o “homem dos meus sonhos”. Mas eu precisava aceitar: não o veria novamente.

— Não consigo decidir qual escolher, o de chocolate ou o de baunilha? — perguntei a Maju enquanto fazíamos compras no mercado.

— Então pegue os dois. — Ela ergueu uma sobrancelha com aquele ar de “eu te conheço”. — Eu sei que você só queria uma desculpa pra levar os dois mesmo.

— Ah, eu não queria isso... — murmurei com um sorriso envergonhado. Droga, ela me conhecia bem demais.

Quando terminamos de encher o carrinho, fomos direto para uma loja de roupas.

Eu começaria um novo emprego como secretária na segunda-feira e precisava de roupas novas.

Até então, trabalhava como assistente em um restaurante, e até que estava indo bem, mas um dia o Ryan apareceu muito bêbado para me ver, fez um grande show escandaloso, espantou todos os clientes e, claro, também espantou o meu emprego.

Ainda bem que achei essa nova oportunidade.

Maju me ajudou a escolher algumas peças e todas ficaram lindas. Ela parecia mais empolgada do que eu, tirando fotos minhas no provador e dizendo que eu precisava me ver com outros olhos.

[...]

Na segunda-feira, acordei mais cedo do que o necessário. Não podia me atrasar logo no primeiro dia de trabalho.

Fiz café da manhã para mim e para Maju e deixei um bilhete para ela na mesa antes de sair.

Assim que cheguei ao prédio elegante onde ficava a empresa, cumprimentei o segurança e mostrei minha identidade para entrar.

— Aurora Summer — disse à recepcionista com um sorriso nervoso.

— Ah, senhorita Summer. — Uma voz atrás de mim chamou, e eu me virei para encontrar uma das funcionárias que havia participado da minha entrevista. — O senhor Ward já está no escritório. Vou levá-la até ele.

— Certo, obrigada. — murmurei, sentindo um frio na barriga enquanto a seguia pelo enorme saguão até o elevador. Subimos até o vigésimo quinto andar.

Quando chegamos, ela entrou primeiro e depois de alguns minutos, saiu sorrindo.

— Pode entrar.

Engoli em seco e ajeitei a postura antes de abrir a porta.

Com um sorriso ensaiado, entrei na sala. Meu novo chefe estava de costas para mim, olhando a cidade pela enorme janela panorâmica.

— Bom dia, senhor. — Cumprimentei com a voz firme.

Ele não respondeu de imediato. Quando finalmente se virou...

Meu sorriso desapareceu.

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