Rosa
Quando Nina finalmente dormiu, saímos do quarto em silêncio, como se qualquer barulho pudesse acordá-la e arruinar a nossa pequena vitória.
— Podemos conversar agora? — Juan perguntou, sentando-se no sofá.
Assenti e me sentei ao lado dele. Antes mesmo de processar a pergunta, senti seus dedos tocarem a válvula da minha prótese. Ele a removeu com a naturalidade de quem já conhecia cada detalhe meu, e eu tirei o silicone, querendo me sentir mais à vontade.
— Pode falar — incentivei, sentindo um friozinho na barriga.
Juan se ajeitou, respirando fundo antes de soltar a bomba:
— Me ofereceram uma promoção.
Minha expressão se iluminou instantaneamente.
— Juan, isso é incrível! — Sorri, orgulhosa. — Qual cargo?
— Chefe dos Cirurgiões Gerais.
— Meu Deus! — bati palmas, empolgada. — Você merece demais!
Mas el