Juan Carlos Hernandez
Depois da conversa com Rosa, eu tinha certeza de três coisas: a primeira, ela nos colocava sempre em primeiro lugar; a segunda, eu estava certo em recusar a promoção; e a terceira, eu não podia perdê-la de jeito nenhum.
Com essa certeza, fui dormir mais tranquilo. Mas, por algum motivo, uma menininha invadiu meus pensamentos. Pequena demais, frágil demais… Se tivesse quatro anos, era muito. Sozinha nas ruas com a mãe, que ainda por cima estava grávida. Meu coração apertou.
Tive uma noite péssima de sono. De manhã, levantei cedo, arrumei a Nina para a escola e me preparei para o trabalho. Mas, mesmo ocupado, aquela menina não saía da minha cabeça.
Na hora do almoço, resolvi ir ao mesmo lugar onde as tinha visto no dia anterior.
E lá estava ela, segurando uma cestinha de flores. Me aproximei devagar.
— Oi, princesinha, lembra de mim? — perguntei, sorrindo.
Ela me olhou desconfiada e logo virou o rosto na direção da mãe. Resolvi ir até a mulher.
— Mãe! — a