O grande dia havia chegado.
A manhã começou calma, o céu limpo e levemente dourado como se o universo tivesse, por fim, concedido a bênção que tanto aguardávamos. Nenhuma ligação perturbadora, nenhum alerta de jornal ou comentário maldoso nas redes sociais. Só a respiração leve de um bebê crescendo dentro de mim e a certeza de que, naquele dia, eu diria sim ao amor da minha vida.
Carol passou cedo no hotel onde eu estava hospedada com minha mãe para um dia de noiva. A suíte cheirava a flores brancas e perfume suave. Meus sapatos estavam posicionados ao lado do vestido, e as lembranças dos últimos meses dançavam na minha mente como um filme acelerado, o sequestro, a recuperação, a exposição, e ainda assim, eu estava ali, de pé. Firme e feliz.
Enquanto o maquiador fazia seu trabalho com leveza, minha mãe segurava minha mão.
- Você está linda, minha filha. E merece tudo isso. - disse com os olhos marejados, mas um sorriso calmo nos lábios.
Houve um tempo em que eu achava que nunca ouviria