Felipe
O avião pousou às sete e meia e, quando finalmente atravessei a porta de desembarque, senti o peso da semana inteira cair dos meus ombros. Tudo o que eu queria era voltar para casa, abrir a porta e ver o rosto dela. E foi exatamente o que aconteceu.
Quando entrei, lá estava ela.
Linda. Exatamente como eu lembrava — talvez até mais. O tipo de visão que faz qualquer homem achar que ficou tempo demais longe.
Beijei sua testa, abracei-a forte e fui direto para o banho. Um banho rápido, só para tirar o cheiro de aeroporto e avião. Eu queria voltar para ela. Para o toque dela. Para o corpo dela.
E assim que saí do banheiro, começamos nossa brincadeira.
Era para ser leve, provocante… e foi. Prendi os pulsos dela com uma gravata, devagar, atento a cada expressão dela. Mas percebi o receio em sua voz, mesmo que ela tentasse esconder. Mesmo que dissesse que estava tudo bem, que podíamos continuar.
Eu não quis.
Soltei seus pulsos imediatamente e beijei o lugar onde o tecido tinha passado.