Lorena
Sim, meu pai estava me vendendo. Essa era a verdade crua, horrível, impossível de suavizar. E todos aqueles homens… eles realmente achavam que eu era uma garota de programa cara, contratada para agradá-los, acompanhá-los, entretê-los. Como se eu fosse parte do pacote do negócio, um bônus, um agrado.
Eu sentia nojo. Dele. Da situação. E de mim.
Toda sexta-feira eu precisava inventar alguma desculpa diferente. Algo convincente, educado, que não irritasse ninguém. Eu sorria, falava baixo, era gentil, discreta. Fazia exatamente o que esperavam de mim, porque se algum deles resolvesse ir longe demais… eu estava sozinha. E eu sabia o que aconteceria se meu pai descobrisse que eu estraguei algum acordo dele.
Então eu era perfeita. Irretocável.
E quando algum deles tentava avançar o sinal, eu dizia que não estava bem, que precisava ir embora cedo, que tinha um trabalho no dia seguinte. Qualquer coisa, qualquer mentira que parecesse elegante o suficiente para que eles aceitassem.
Eu esc