Sergio
Fiquei algum tempo no Uruguai, tentando me reerguer. Os negócios iam mal — muito mal, na verdade. Fiz alianças equivocadas, confiei em gente incompetente, e agora eu precisava voltar. Arrumar dinheiro. Reerguer o que sobrou. Minha empresa já foi grande, respeitada, mas escolhas ruins têm um preço alto, e eu estava pagando cada centavo dele.
Era claro que eu precisava buscar novas alternativas.
E, pensando bem, eu deveria ter aproveitado melhor o potencial da Lorena.
Poderia ter me rendido algum retorno.
Mas ela sempre foi lenta, emocional demais, fraca demais. Não servia nem pra isso.
Assim que desembarquei, recebi uma das piores notícias possíveis. Minha filha, aquela ingrata, tinha saído por aí dizendo que eu a agredia. Mostrou fotos. Criou escândalo. Meu nome estava em todas as rodas de conversa. E óbvio: isso destruiu o que restava da minha reputação.
Vários sócios se afastaram, como se fossem santos — falsos moralistas. Eu sabia de muitos que batiam nas esposas, mas, clar