Lorena
Vergonha. Humilhação. Tristeza. Era tudo o que eu conseguia sentir. Eu estava há três dias sem tomar banho, sem comer direito, me arrastando pela casa, sobrevivendo apenas com alguns goles de água.
Quando abri a porta e vi Felipe ao lado de Laila, eu congelei. Não sabia o que pensar. A vergonha me atravessou como uma lâmina — eu sabia que não era hora de me preocupar com aparência, mas ainda assim doeu imaginar que ele me visse daquele jeito: abatida, machucada, quebrada.
Pedi ajuda a Laila para tomar banho e arrumar o cabelo. Eu precisava daquilo mais do que de qualquer remédio.
— Obrigada — murmurei, com a voz embargada.
— Amiga, você sabe que estou aqui pra você — disse ela, me olhando com doçura. — Mas é sério, Lorena, você não pode ficar aqui. Aceita ir pra casa do Felipe. Ele prometeu que não vai ficar lá, é seguro, e eu posso dormir com você o tempo que for preciso.
Fiquei em silêncio por alguns segundos, tentando organizar os pensamentos. Eles tinham razão. Não era segu