Felipe
Lorena era linda, maravilhosa, inteligente, diferente de qualquer mulher que eu já tivesse conhecido. Havia algo nela que me encantava de um jeito difícil de explicar. Talvez fosse o sorriso tímido, o jeito como falava com doçura, ou aquela inocência que aparecia nos momentos mais simples.
Às vezes, era até engraçado. Ela me olhava com aqueles olhos grandes e perguntava coisas como:
— Posso tirar os sapatos para pisar no gramado?
— Posso sentar naquela cadeira ali?
Pedia permissão para tudo. E, mesmo achando aquilo estranho, eu não ligava. Na verdade, achava adorável. Ela tinha um jeito leve, quase infantil em certos gestos, como se o mundo ainda fosse um lugar em que era preciso pedir licença para respirar.
Naquela manhã, decidi levá-la à praia. Não havia nenhum plano elaborado, eu só queria estar com ela — ver o mar, andar pela areia, conversar sem pressa. Quando estacionamos o carro e descemos, ela olhou para o horizonte com um brilho nos olhos, como se estivesse vendo o mar