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Capítulo 2: Contratada

Observei ele deitar a bebê no trocador e levantar o vestido branco com estampa de bolinhas vermelhas, em seguida abriu a fralda cuidadosamente.

Me aproximei para ver melhor e me assustei quando vi que a coitadinha estava toda avermelhada... Aquilo eram assaduras?

— Meu Deus! — exclamou se assustando também. — São assaduras. Por isso ela está agoniada e não para de chorar. — lamentou.

Minha entrevista ainda prosseguia enquanto ele cuidava da filha, me fazendo algumas perguntas após analisar o meu CV rapidamente.

Ele a deixou deitada e foi pegar uma caixinha comprida na cômoda branca infantil, e um frasco de talco.

E logo se aproximou da pequena, tirou a pomada da caixinha e começou a passar na bebê que ainda estava agoniada, choramingando.

— Sabe cuidar de bebês ou apenas lida com crianças da idade da Alyson e do Noah? — perguntou terminando de passar pomada e em seguida, usou o talco que era muito cheiroso.

— Não tenho tanta experiência com bebês, mas posso aprender. — fui sincera.

Eu já tinha cuidado dos filhos dos meus vizinhos e foi apenas uma vez.

Eram duas crianças comportadas e nem me deram trabalho.

— Ótimo! Está contratada! — me informou.

— Sério? — Tive vontade de pular de alegria.

— Sim, Srta. Paxton, a vaga de babá é sua... Você pode se acomodar no quarto de hóspedes, e sua folga será aos sábados e domingos. — disse pondo uma fralda limpa na pequena.

— Vou ter que morar aqui? Mas e a sua esposa? — Indaguei.

— Sim, você pode se mudar para cá amanhã? E respondendo a sua outra pergunta, sou pai solteiro. — sua voz havia mudado de tom, ele estava mais sério.

Se eu fosse mais observadora eu teria notado a ausência da aliança na sua mão esquerda.

— Certo, entendi. — assenti sem jeito.

— Tudo bem para você? — pareceu se importar.

— Claro. Vai se um prazer cuidar das crianças e trabalhar para o senhor. — Eu estava feliz com a oportunidade.

Saímos do quarto de Hannah, a bebê estava mais calma e me olhava com os olhinhos castanhos brilhantes.

O rosto estava vermelho pelo choro, sorri para ela que era muito fofa e linda.

Também tinha o cabelo castanho igual aos dos irmãos.

— Sua blusa está transparente. — Alyson apontou para mim quando chegamos na sala.

Olhei para a minha roupa e vi que o meu sutiã preto aparecia através do tecido úmido. Oh, Deus... Onde eu enterrava a cabeça?

O Sr. Benson ficou calado.

Será que ele tinha reparado?

O pequeno Noah estava brincando com as peças de Lego alheio à tudo.

Abri a toalha cor de creme e apertei contra o busto, me cobrindo.

Meu rosto ardia de vergonha.

A garota riu de mim... Mas que pestinha.

— Alyson! — seu pai lhe repreendeu.

— Quer se trocar, Srta. Paxton? — Sr. Benson me olhou meio sem jeito.

Apenas assenti.

Ele deixou a caçula num cercadinho forrado e com brinquedos espalhados, sentou ela que bateu as mãozinhas e abriu um sorriso meio banguela.

Vi apenas três dentinhos.

Dois em cima e um em baixo.

[...]

O moletom cinza e quentinho virou um vestido no meu corpo pequeno e cheio de curvas.

O coloquei por cima da calça preta do mesmo tecido que o Sr. Benson tinha me emprestado, sendo tão gentil.

Estava chovendo novamente, e pelo visto não pararia tão cedo.

— O senhor tem secadora? — perguntei ainda acanhada.

— Leve a Melinda até a área de serviço, filha. — pediu para a menina que tinha os olhos vidrados na TV.

— Mas pai, está passando Monster High...

— Sem reclamar, Alyson, depois você assiste. — Usou um tom autoritário.

E resmungando, me puxou e eu segui a mini-teimosa até a área de serviço.

— O que houve com a outra babá? — perguntei abrindo a secadora semi-nova.

— Foi embora, assim como as outras. A Lena era chata e não tinha paciência com a Hannah. — disse ressentida.

— Ela maltratava a sua irmã? — Não hesitei em perguntar.

— Ela reclamava demais, dizia que a Hannah era chorona, que o Noah era tolo e me chamava de intrometida. — contou. — Ela só gostava do papai porque ele é legal com todo mundo. — suspirou.

Coloquei minhas roupas para secar.

— Sinto muito. — A fitei, era esperta para a idade que tinha.

— Não gosto das babás, todas são chatas e sempre vão embora porque não gostam da gente... Tinha a Livy que dizia que ia casar com o papai e que ia se livrar da gente. — confessou.

Fiquei horrorizada.

— Não vou maltratar vocês, seu pai me contratou para cuidar de você e dos seus irmãozinhos. E eu não pretendo ir embora mesmo. — sorri para ela.

— Não acredito em você, logo vai cansar e fazer a mesma coisa, e se judiar dos meus irmãos vai se ver comigo! — Avisou e saiu da lavanderia batendo a porta.

Ela realmente tinha apenas 7 anos?

Para uma criança, parecia ser madura e ameaçadora... Logo vi que não ia ser fácil lidar com ela.

Minutos depois...

— A Ally foi indelicada com você? Conheço a minha filha e sei que ela tem um certo temperamento... Não quero te assustar, mas ela já colou chiclete no cabelo de uma babá. — foi sincero.

— Não. Só estávamos conversando, não se preocupe. — O tranquilizei.

— Que bom então, o Noah está na idade que meu Deus, é só ter paciência... A fase da curiosidade chegou, ele é bagunceiro e birrento, mas é um bom garoto, apesar de dar um pouco de trabalho. — sorriu e eu assenti. — A Hannah é um doce de bebê, às vezes custa pegar no sono, ela já engatinha e mexe em tudo, apenas fique atenta com ela, está bem? E como já viu, a Alyson parece uma mocinha apesar da idade, já começou a me contrariar e às vezes costuma aprontar poucas e boas, se tiver um pouco de pulso firme, pode lidar com ela. Amanhã vou te mostrar o mural com o horário e a rotina deles. Eu trabalho de segunda à sexta e só chego à noite. Sou o Vice-diretor numa empresa muito importante no ramo de Tecnologia. — explicou. — Amanhã vou te entregar a agenda onde anotei tudo o que precisa saber, o que eles podem ou não comer, tipo de alergia, e outras coisas importantes. Não precisa cuidar da limpeza da casa, apenas da alimentação deles. — avisou.

— Está bem! — concordei. — Quem cuida da limpeza? — perguntei.

— Valentina. Uma senhora muito legal, ela vem 3 vezes por semana. — Respondeu. — Mas alguma pergunta? — indagou.

Minha língua estava coçando, eu estava louca para perguntar sobre a mãe das crianças, mas seria indiscreto da minha parte... Como ele era pai solteiro, e nenhum momento mencionou sobre a mãe dos meninos, talvez tocar no assunto seria delicado demais.

— Não, senhor. — Balancei a cabeça. — Vou ver se as minhas roupas já secaram. Preciso ir. — falei.

— Tem carro? — me olhou curioso.

Caramba... Ele era ainda mais bonito de perto.

— Não. Vim de ônibus. Mas vou pegar um Uber. — expliquei.

— Eu te daria uma carona, mas as crianças não podem ficar sozinhas. — se justificou.

— Não se preocupe, vou de Uber mesmo. — Falei.

— Você sabe dirigir, não é? Pois vai precisar levar o Noah e a Alyson para a escolinha. — me informou.

— Sei sim. — confirmei.

— Ótimo. Gostei de você, as crianças também vão gostar. — sorriu amistoso.

Ele tinha um sorriso torto muito fofo.

— Obrigada por estar me dando essa oportunidade. — agradeci sorrindo para ele.

Após aquela conversa, peguei minhas roupas na lavanderia e me troquei no banheiro mais próximo.

Me despedi do Sr. Benson e das crianças, e fui pra casa feliz pra caramba, pois eu tinha conseguido um emprego.

[...]

— Vou sentir tanto a sua falta, amiga. — Carly me abraçou chorosa.

Apertei seu corpo delicado contra o meu sentindo o seu cheirinho de cereja.

— Eu também, Mel. Você vai fazer falta mesmo, principalmente nas noites de sexta. — lamentou o namorado da minha amiga, me fazendo rir.

— Gabriel! — A morena exclamou ralhando com ele e eu ri.

— Brincadeira, amorzinho. — Ele riu sem jeito. — Mas quem vai fazer lasanha agora? Nossas sextas não serão mais as mesmas! — disse brincalhão me puxando para um forte abraço.

— Prometo te passar a receita, o segredo tá no molho! — dei tapinhas nas costas dele.

Ele me soltou e Carls me olhou com aqueles olhos meigos marejados.

— Promete me ligar quando tiver tempo? — fungou.

— Claro, Carls. Ligarei ou mandarei mensagens. — sorri quando o grandão a abraçou de lado lhe dando consolo.

Eles formavam um belo casal apesar das diferenças.

— E mais uma vez, obrigada por tudo. Vocês são bons amigos, jamais esquecerei o que fizeram por mim. — me emocionei muito grata.

Eles tinham me acolhido e me ajudado com tanto carinho.

Ambos incríveis com o coração maravilhoso.

— Vou te ajudar. — meu amigo se ofereceu para pegar minhas poucas bagagens.

Sim, amigo.

O Gabriel havia se tornado um irmão, assim como a Carly que era como uma irmã para mim.

Abracei a morena mais uma vez e fui embora com o coração apertado, ela ficou chorando e eu me segurava ao máximo para não derramar as lágrimas... Sempre odiei despedidas.

— Posso te dar uma carona.

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