Início / Romance / Minha Querida Babá / Capítulo 3: Problemas na escola
Capítulo 3: Problemas na escola

- não custa nada. — deixou minhas bagagens na calçada.

— Sério mesmo, agradeço, mas não precisa. Já chamei um táxi, não confio em motoristas de aplicativo. Vá lá consolar a Carls, nós dois sabemos o quanto está sendo difícil para ela, e ela precisa de você agora. — afaguei seu braço.

— Então se cuida, Mel. — disse quando vimos o táxi se aproximar, era o senhor que chamei. — Se o seu patrão se engraçar para o seu lado, não hesite em me ligar, dou um jeito nele rapidinho! — estalou os dedos e realmente estava falando sério.

— Relaxa, pode ficar tranquilo. O Sr. Benson não parece ser desse tipo, e eu sei me cuidar, Gabriel! — garanti.

Ele sorriu e assentiu, o táxista estacionou e foi ajudado pelo grandão a colocar tudo no porta-malas, além das minhas roupas em duas malas, eu ia levando três caixas com sapatos e alguns pertences.

Entrei no automóvel e acenei para o grandão, que acenou de volta e assim parti, a casa do Sr. Benson ficava um pouco longe, mas eu poderia visitar meus amigos nos finais de semana, por isso não fiquei tão triste.

Mas com certeza eles me fariam falta, acabei me acostumando a vê-los todos os dias.

Enfim, eu tinha que tocar a vida, já tinha conseguido um emprego e aquela seria uma nova fase, e aquilo já me animava.

"Dessa vez sinto que tudo vai dar certo... Terei um lar e um salário bom para o meu próprio sustento, vou poder pagar minhas dívidas e posso ir guardando um dinheirinho para poder comprar uma moto."

[....]

Cheguei na casa dos Benson por volta das 08:15, foi dona Valentina quem atendeu a porta.

Era a senhora que cuidava da limpeza da casa.

Alyson e Noah estavam na escola, eu teria que ir buscá-los às 11h.

Hannah estava dormindo no berço lilás e branco, o quarto dela era uma gracinha, tinha bichinhos de pelúcia e tudo estava arrumado, dona Valentina fazia um excelente trabalho.

Conversamos um pouco, ela era casada e tinha quatro filhos, todos adolescentes. Seu marido era porteiro e ela fazia faxina em três casas, não perguntei sua idade, mas Valentina devia ter uns quarenta e poucos anos, era uma mulher bonita apesar de usar vestes simples, seu cabelo preto estava preso num coque bem caprichado.

Ela foi embora às 10h, fiquei sozinha com a bebê, a pequena acordou e abriu um berreiro, a babá-eletrônica estava ligada e eu me assustei com o aparelho sobre a bancada, corri para ver a bebê, ela estava se esperneando no berço, a peguei desajeitadamente.

— Pronto, pronto... Já estou aqui! Shh, não chora, neném... — tentei acalmá-la.

Andei pelo quarto, de um lado para o outro.

Aos poucos ela foi se acalmando e parou de chorar.

Sentei na poltrona cor de creme, a ajeitei no meu colo e olhei para seu rosto angelical.

Os grandes olhos eram castanhos e brilhantes e as bochechinhas rosadas eram adoráveis. Me olhava curiosa, o olhar fixo nos meus cabelos soltos.

Devia estar fascinada com a cor.

— Que tal um baninho, bebê? Vamos pôr uma roupa limpa e trocar essa fralda. Hum... O que acha? — falei com ela que piscou e balbuciou algo.

Abriu um sorriso mostrando os três dentinhos.

A deixei no berço sentada, ela já engatinhava e logo agarrou um coelhinho amarelo de pelúcia, e ficou entretida.

Preparei a banheira, era rosa e deixei os produtos para banho ali sobre a cômoda onde estavam suas roupas, perfeitamente dobradas em cada gaveta.

Peguei Hannah e coloquei no trocador, tirei o pijama e a fralda. Com cuidado a levei para a banheira, com água na temperatura ambiente. E para minha surpresa ela não chorou, apenas ficou agitada e quase escapou das minhas mãos inexperientes, e foi por pouco... Com o coração à mil, a segurei num desespero que só Deus sabe, devo tê-la apertado, pois a pequena se pôs a chorar... Tadinha.

— Shh, shh, já passou, já passou... Me desculpe. — A tirei da água e abracei seu corpinho frágil e pequeno, eu estava tremendo e ainda nervosa... E não era para menos.

Quase deixei a coitadinha cair e se afogar.

Seu corpo era macio e ficou muito escorregadio, dei um banho rápido e com o maior cuidado do mundo.

O shampoo e o sabonete tinham um cheirinho delicioso.

Enrolei Hannah na toalha estampada com gatinhos coloridos e a sequei no trocador.

Coloquei a fralda, uma calcinha branca bordadinha, um short lilás e uma blusinha combinando.

Nada de sapatos, apenas calcei meias amarelas nela.

Seus cabelos castanhos-escuros eram levemente ondulados, os penteei e os enfeitei com uma tiara de tecido sedoso da cor das meias

— Hum... Tá cheirosinha agora, hein? Dá vontade de te morder. — aspirei seu cheirinho de neném limpinho e perfumado, e cutuquei sua barriga. — Agora vamos, comer Han. Posso te chamar de Han, né? — Ela parecia uma bonequinha de porcelana.

A pequena soltou uma daquelas risadas gostosas de se ouvir.

Que só os bebês conseguem dar e te faz rir também.

Agarrou um dos meus cachos e riu de novo.

É, parece que eu tinha arrumado uma amiguinha.

— Caramba! Já são 11h:20min! — me alarmei quando chequei as horas. — Estou atrasada. Tenho que buscar os seus irmãos! — Limpei sua boca.

Hannah já tomava sopinha, suco, e ainda tomava mingau também.

Ela tinha 9 meses, o que era bom, já tomava vitaminas e caldos também.

Dei pra ela a sopa de frango que dona Valentina tinha preparado antes de ir embora, os pedaços eram bem molinhos e desfiados.

A tirei da cadeirinha e peguei as chaves do carro que estavam penduradas no gancho, quando cheguei na garagem com Hannah em meu colo, me deparei com o Chevrolet Spin prateado.

Era um belo carro tamanho família, além de lindo, era super espaçoso e aconchegante.

Prendi a pequena na cadeirinha, lhe entreguei o seu coelhinho amarelo.

— Vou chamá-lo de Sr. Orelhudo! — ri e fechei a porta.

Adentrei e ocupei o lugar ao volante e coloquei o cinto de segurança, nunca tinha dirigido um carrão como aquele.

Ainda bem que não era uma mini-van.

Fiquei feliz quando consegui manobrá-lo para fora da garagem, que era enorme por sinal.

Fiquei imaginando como seria o carro do Sr. Benson, ele até não podia ser rico, mas com certeza tinha uma boa grana para poder manter a casa e sustentar três filhos, e ainda por cima pagar meu salário.

2.200 dólares era mais do que eu poderia imaginar, e fiquei sabendo por Valentina que ele pagava 30 dólares por horas extras... Ah, era mesmo uma maravilha.

O endereço da escola onde as crianças estudavam estava anotado no meu bloco de notas, no celular.

E quando cheguei lá, levei bronca de uma professora chata e carrancuda, que me chamou de irresponsável, que deveria ser mais pontual e blá, blá, blá... Apenas segurei a língua, sorte dela que eu estava com Hannah em meu colo.

Noah estava vermelho de tanto chorar.

Pobrezinho, me senti um pouco mal por aquilo.

Tinha atrasado quase meia hora. Alyson nem sequer falou comigo, apenas entrou no carro emburrada e ligou o vídeo game portátil, uma musiquinha alta e irritante rompeu o silêncio.

Liguei o Chevrolet e dei partida... A culpa era minha. E ela com certeza ia me dedurar para o Sr. Benson.

O que ele pensaria de mim?

Minutos depois...

— Estão com fome? — perguntei para eles.

O garotinho apenas assentiu e sua irmã me ignorou.

Largou a mochila com estampa da Monster High, era fã do tal desenho, eu já tinha dado uma olhada em seu quarto, os enfeites, colcha de cama, e toda a decoração era do desenho das monstrinhas charmosas e bonitinhas.

Na idade dela, eu curtia a Mulher Maravilha e a Mulher Gato, tinha um monte de HQ's e pôsteres delas no meu quarto, e a partir dos 13 anos comecei a curtir bandas, de Rock é claro.

— Primeiro você vai tomar banho. Gosta de sopa? — peguei a mochila do Noah que ainda estava acanhado e me olhava receoso.

— A única que toma sopa no almoço é a Hannah. Ela ainda é bebê e não come alimentos sólidos. — A espertinha falou me encarando séria.

— Ajunte a sua mochila e vá já para o banho. Vou preparar o almoço, acredito que tenham lanchado na escolinha, certo? — Sustentei seu olhar.

Pulso firme... Seu pai disse que eu teria que ter pulso firme com a pequena rebelde.

— Dei meu lanche para o Noah, o palerma sempre deixa que os outros tomem dele. E ninguém liga, a professora dele finge que não vê. — falou irritada.

Fiquei pasma com aquilo.

— Roubaram o seu lanche? — me abaixei ficando da altura do garoto.

Noah abaixou a cabeça e fungou.

— Ele é um bobão que só sabe chorar e...

— Não fale assim do seu irmão! Ele só tem 4 anos! Por quê não tenta ajudá-lo? Devia contar para o pai de vocês! — Talvez eu tenha me alterado um pouquinho.

— Ele só tem tempo para o trabalho! Não grita comigo, sua chata! Você é igual as outras! — me olhou raivosa. — Devia ir logo embora! — falou antes de sair pisando duro.

Seu irmão começou a chorar e eu fiquei ali sem saber o que fazer.

— SAI DAQUI, NÃO DEI PERMISSÃO PARA ENTRAR NO MEU QUARTO! — gritou bravinha me tacando um travesseiro.

— Seu quarto é maneiro! — Juntei o travesseiro e sorri me aproximando. — Posso sentar? — apontei para a cama, Alyson virou.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App