Capítulo 62

Na noite da apresentação, o Théâtre de l’Orangerie parecia outro.

As luzes baixas, os quadros iluminados com delicadeza, as sombras das obras se projetando nas paredes centenárias como fantasmas poéticos.

O público começava a entrar.

Alguns sentavam em silêncio, outros sussurravam entre si, encantados com a montagem circular.

Ao centro, bancos de madeira cobertos com almofadas de linho.

Nenhuma cadeira de frente para o palco — porque o palco era o todo.

E a plateia, parte da experiência.

Atrás das cortinas, Allegra respirava fundo.

Vestia um macacão cinza-azulado, simples, com pinceladas de tinta propositalmente espalhadas.

Cabelos soltos. Olhar firme.

Lucca ajustava a última corda do violino, mais calado do que de costume.

Mas nos olhos dele, o mesmo brilho de sempre: o de quem acredita sem medo.

— Pronta? — ele perguntou, tocando suavemente sua mão.

— Pronta, sim — ela respondeu.

— Mas com o coração completamente exposto.

— Exatamente como deve ser.

A primeira parte começou com silê
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App