Capítulo 23

O café escolhido por Anaïs era discreto, elegante e escondido atrás de uma floricultura. Tinha poucas mesas, prateleiras com livros de arte e uma vitrola antiga tocando jazz baixo demais para distrair, alto o suficiente para acolher.

Cheguei cinco minutos antes, as mãos trêmulas dentro do bolso do casaco. Uma garçonete me guiou até a mesa dos fundos, onde Anaïs já me esperava com um chá fumegante e uma pasta de couro ao lado.

— Allegra Bianchi — disse ela, como se estivesse anunciando um título. — Já posso dizer que te admiro, mas hoje quero dizer que te proponho.

— Propor o quê?

— Um mergulho. Uma coleção só sua. Íntima. Crua. Sem a pressão de agradar. Como se você estivesse escrevendo cartas com pincel.

Sentei devagar, tentando absorver cada palavra.

— Eu... ainda estou entendendo tudo isso.

— Ótimo. Então pinte isso. A travessia. A transformação. Os bastidores do que o mundo chama de sucesso. Isso, Allegra, é o que as pessoas querem ver. E o que você precisa dizer.

Ela abriu a past
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