Era domingo à noite quando a matéria foi ao ar.
Darcy preparou um telão no salão principal da vila, e todos os artistas foram chegando aos poucos, com copos de vinho, cobertores e a expectativa cintilando no ar.
Allegra sentou-se entre Lucca e Sia, o coração acelerado.
O programa se chamava "A Arte Que Vem do Silêncio".
A primeira imagem: o lago da vila, embaçado pela névoa.
A narração: suave, firme, quase poética.
“Nesta vila ao sul de Londres, onde artistas se encontram para criar longe do ruído do mundo, conhecemos Allegra Bianchi e Lucca Moreau.
Ela, pintora que transformou o trauma em cor.
Ele, violinista que perdeu tudo… e encontrou na música um caminho de volta.”
Allegra sentiu o peito apertar.
As imagens mostravam seu ateliê, suas mãos cobertas de tinta, o rascunho da aquarela que ela intitulou Paris sem moldura.
Depois, Lucca, ajustando as cordas do violino, a luz da manhã entrando pelas janelas do chalé.
A voz dela apareceu em seguida, no trecho da entrevista:
— “A gente ach