Na manhã seguinte, o mundo parecia mais claro. Ou talvez fosse apenas eu que estivesse olhando diferente.
Acordei com o cheiro de café e o som de papel sendo virado. Quando fui até a sala, encontrei Sophia sentada no chão, rodeada por folhas impressas, amostras de tipografia e o laptop aberto com três janelas de design digital piscando.
— Bom dia, chefe da minha editora imaginária — brinquei, bocejando.
Ela me olhou com os olhos brilhando.
— Allegra Bianchi… esse catálogo vai ser uma obra de arte por si só! Já pensei em nome, sequência, detalhes. E sim, Louis aprovou a tipografia “Georgia” — disse, apontando para o gato que dormia em cima de uma folha com rabiscos em lápis de cor.
— Claro que aprovou. Ele tem bom gosto.
— E olha isso aqui — ela puxou uma folha com o layout da capa. No topo, em letras finas e elegantes, lia-se:
“Depois do Som — Obras de Allegra Bianchi”
— Simples. Poético. Exato — disse ela. — Assim como você.
Fiquei em silêncio por alguns segundos. Meu nome ali, no to