"No final, o que realmente importa? Será que o borrão que vejo pela janela é um sinal de uma vida embaçada? Por muito, buscamos respostas que não fazem sentido ou não tem solução."
O caminho de volta para casa foi um borrão. Carly sentia o peito apertado enquanto encarava a paisagem que desfilava pela janela do táxi. O envelope repousava em seu colo, a sensação era como se carregasse um fardo de anos. A caligrafia de sua mãe, tinha curvas suaves e delicadas, parecia congelada no tempo, um eco de um passado que nunca fora completamente revelado.
O que aquela carta diria? Por que seu pai a guardará por tanto tempo?
Ao chegar em casa, Carly entrou e fechou a porta atrás de si, trancando-se no silêncio que agora parecia sufocante. O envelope tremia entre seus dedos, como se contivesse segredos capazes de despedaçar o mundo que ela conhecia. Sentou-se na poltrona, encarando o papel amarelado pelo tempo. Inspirou fundo, passando os dedos sobre as palavras escritas na frente do envelope: