Suas mãos ainda tremiam quando folheava as anotações deixadas pelo homem que procurava. Carly estivera sentada por horas na sala, em frente à lareira apagada, com Monteiro ao lado, os dois cercados por papéis, fotos antigas e um nome que atravessava a história da família, como uma rachadura antiga no vidro — visível, mas até então ignorada.
— Jonas nunca soube que meu irmão estava vivo. — Ela murmurou, a voz embargada. — Mas me vigiava o tempo todo!
— Provavelmente ele considerava que você era a filha... Se era mesmo ele... mas também tem esse seu irmão, que ninguém sabe. — Monteiro completou.
Ela assentiu, respirando fundo.
— Pena que nem tive a oportunidade de conhecer ele.
— Mas você está viva, Carly. Livre. E diferente de antes: agora sabe a verdade. — Ele apertou levemente sua mão em cumplicidade.
Dias depois...
O evento anual do Hospital El Dourado havia sido preparado com esmero. O auditório reservado para a cerimônia exalava sofisticação. Cortinas longas e douradas emoldurav