O relógio marcava quase meia-noite quando Carly saiu da sacada e voltou para o sofá. Ainda restava uma fatia de pizza, na caixa aberta sobre a mesinha de centro, a garrafa de refrigerante pela metade. Serina já havia recolhido os pratos e Letícia secava os olhos, com o rosto ainda corado da emoção.
— Eu não sei nem o que dizer — murmurou Carly, quebrando o silêncio.
— Não precisa dizer nada. — Letícia respondeu, com a voz baixa, mas firme.
— Mas eu quero — Carly insistiu. — Quero dizer que... sinto muito. Por tudo o que você viveu. Pela forma como ele te tratou. Por eu ter me envolvido nessa história. E... obrigada por ter me contado.
Letícia assentiu, mordendo o lábio inferior, como se ainda lutasse contra as palavras que restaram engasgadas. Serina voltou à sala com um cobertor leve sobre os ombros.
— Acho que ninguém aqui vai dormir tão cedo — disse, com um sorriso cansado.
Carly olhou para as duas.
— Sabe o que me dói? Não é só saber que ele foi capaz de fazer isso. É saber que, e