A igreja sempre foi um refúgio para Pedro. Mas naquela noite, sentar-se ali lhe trouxe mais inquietação que consolo. O templo, apesar de cheio, soava vazio para ele. As palavras do culto ecoavam como em outro idioma — distantes, abafadas por uma camada de dor e culpa.
Afastado dos cargos pela confissão… Agora tinha tempo para refletir sobre tudo e perceber os olhares, por ser um rosto conhecido demais para passar despercebido. Um nome falado em voz baixa nos corredores.
Mesmo sem confirmações, os olhares diziam mais do que qualquer boato. Os abraços se tornaram acenos. Os amigos mais próximos evitavam conversas. E ele, por sua vez, escolhia os cantos. Preferia o anonimato de quem um dia já fora referência.
Naquela noite, ele sentou-se mais ao fundo. Sua mãe o chamou para perto, mas ele não quis saber. Fechou os olhos enquanto o louvor se iniciava. Tentava focar no essencial: buscar a Deus. Ainda que tudo ao redor tivesse mudado, Ele permanecia.
Quando os olhos de Pedro abriram novamen