38. ACEITANDO O INEVITÁVEL
KAELA:
Olhei fixamente para ele, tentando controlar o tremor e o calor que me percorriam. Em seu olhar havia algo que eu não havia visto antes: uma certeza carregada de ternura que cutucou meu coração.
—Sim, estou certa —afirmei com mais convicção do que realmente sentia.
Kaesar soltou uma risada suave que não era zombaria, mas a certeza de que eu estava mentindo. Nós nos conhecíamos desde crianças; nunca consegui esconder nada dele. Ele conhecia minhas emoções, podia me ler como um livro aberto; sempre pôde fazê-lo.
Senti minha loba, Laila, inquieta, ciente de que não conseguiríamos resistir a ele. Ele era nossa metade, nosso companheiro destinado pela deusa Lua. Mas, acima de tudo, apesar de eu ter lhe dito que havia usado supressores, ele podia sentir que eu não o havia feito; estávamos no cio.
—Não é isso que estou sentido, minha Lua —disse com um tom que prometia uma noite tumultuada—. Nem você nem eu conseguiremos aguentar. Prometo não marcar você nem fazer nada que não queira,