Pietra Santini
Ao entrar na casa do Américo, a grandiosidade do lugar me envolve. É uma casa muito maior e mais luxuosa do que a que cresci, mas não consigo sentir conforto. Tudo aqui parece impessoal, como se fosse uma prisão disfarçada de mansão. Preciso me acostumar? Só o pensamento já me deixa inquieta.
— Será que posso, pelo menos, ter um quarto separado até o casamento? — pergunto, tentando não demonstrar o desconforto.
Ele olha para mim, relaxado, com um meio sorriso no rosto, como se estivesse achando graça da minha dúvida.
— Pietra, eu não sou o pior cara do mundo. Claro que pode.
Reviro os olhos.
— Falou o cara que deu lance numa menina de 19 anos. — Minha voz carrega um sarcasmo que não faço questão de esconder.
Ele suspira, não se abalando.
— Sobe as escadas. O seu quarto é a segunda porta à direita… Só até o casamento.
Não respondo. Apenas sigo as instruções, carregando comigo a irritação por estar ali, nesse acordo sujo, longe de tudo que me era familiar. Quando entro n