Pietra Santini
Quando saímos do hospital naquela manhã, o céu estava limpo e o sol brilhava suave, como se o mundo inteiro soubesse que aquele era um dia especial. Augusto estava em sua cadeirinha, aconchegado e alheio ao quanto sua chegada transformava a minha vida. Adônis segurava a alça da cadeirinha com as duas mãos, com um cuidado exagerado e o olhar atento de um pai de primeira viagem.
— Está tudo bem? — perguntei, segurando um riso nervoso.
— Claro — ele respondeu, tenso. — Só quero ter certeza de que ele está seguro.
Sorri e o segui até o carro, onde ele colocou Augusto no banco traseiro com uma concentração que eu nunca tinha visto antes. Eu me sentei ao lado da cadeirinha, observando meu bebê dormir tranquilamente, e uma pontada de ansiedade misturada com emoção subiu pela minha garganta.
O caminho para casa foi tranquilo, mas para mim, parecia durar uma eternidade. Era como se cada minuto aumentasse o peso daquela nova responsabilidade. Eu agora era mãe. Não existia mais v