Continuação.
Saí daquele quarto sem olhar para trás.
Não olhei pra cama onde ela ainda estava sentada.
Não olhei pra expressão que deixou no espelho.
Não olhei pra culpa estampada no lençol amassado.
Simplesmente saí.
O corredor do hotel parecia mais longo que o normal. As paredes fechavam em mim, abafadas, silenciosas. O elevador demorou mais do que devia. E a cada segundo, o peso no meu peito só aumentava.
No hall, passei direto pela recepção. Não esperava que alguém me parasse, mas mesmo assim, mantive o rosto baixo. A vergonha não vinha de fora. Era por dentro — roendo os ossos.
Do lado de fora, o sol me cegou por um instante. Me apoiei no carro, tentando controlar o enjoo, mas não era só da bebida. Era da verdade que começava a pesar como chumbo na nuca.
Como eu cheguei a esse ponto?
Como deixei a dor que eu sentia por Olívia virar isso?
Um rastro de destruição onde até eu me tornei irreconhecível?
Entrei no carro. Fechei a porta devagar. O silêncio ali de