Otávio Narrando.
Passei a noite inteira ao lado dela. Não consegui dormir direito, na verdade. Fiquei ali, deitado, olhando pra Olívia como se ela fosse um milagre particular meu. Tinha algo de estranho em vê-la tão entregue… tão minha.
O dia começou antes do sol nascer. Mas só quando a luz da manhã invadiu o quarto é que eu percebi o quanto aquela imagem ia ficar gravada na minha cabeça. Ela, ainda dormindo, com a minha camisa no corpo, o cabelo bagunçado, a respiração leve.
Senti aquela coisa estranha no peito de novo. Algo que eu preferia não dar nome.
Levantei devagar, fui até a cozinha, preparei café. Quando voltei com a bandeja, ela já estava acordando, espreguiçando-se de um jeito preguiçoso, os olhos ainda inchados de sono.
— Bom dia, dorminhoca — falei, deixando a bandeja na cama.
Ela sorriu, aquele sorriso ainda meio torto, com a voz arrastada de sono.
— Bom dia… — olhou o relógio e arregalou os olhos. — Meu Deus, já são quase dez da manhã!
— Relaxa — respondi, me apo