Perdição
Peter fechou os olhos ao acender seu cigarro atrás da sorveteria, tentando expulsar da mente aquela noite infernal. A emboscada. Os gritos dos soldados rasgando a mata em desespero. O pavor estampado nos olhos de Rodriguez, com as tripas escorrendo pelas mãos como cordões de serpente. Ele tinha visto tudo. E fugido. Sim, fugido como um maldito covarde, amaldiçoado desde então pelos rostos que não salvou.
“ Eu devia ter morrido com eles…” sussurrou, as mãos tremendo.
“Falando sozinho delegado?”, o fazendeiro Bill perguntou aparecendo do nada.
“Quando chegou que não vi?” Aconteceu alguma coisa, sua filha lembrou de algo?, perguntou.
“Estava na prefeitura, mais o que houve aqui?”.
O delegado suspirou e balançou a cabeça “Essa cidade não é a mesma, Tobby acionou a polícia, parece que uma criatura tentou atacá-lo”.
“Acredita nisso?’, quis saber o velho fazendeiro.
“Olha, meu amigo, essa cidade, coisas estranhas estão acontecendo. Não duvido de mais nada”.
“É, talvez agora acredite