O Sussurro da Floresta

A noite havia se deitado sobre o Parque Nacional como um manto espesso. O som dos pneus da viatura rasgando o cascalho era o único sinal de civilização naquela vastidão selvagem.

Peter mantinha o volante firme, os olhos atentos enquanto seus soldados conversavam baixo no banco de trás. Aquela era mais uma ronda entre tantas outras… e, ainda assim, seu coração batia diferente naquela noite, talvez porque agora sabia de tudo.

O cheiro da terra molhada, o frio das árvores imóveis, os vultos entre os pinheiros… algo o chamava. Algo… ou alguém….

“ Vamos parar aqui.” ordenou, com a voz baixa e seca.

“ Delegado?” um dos soldados o olhou, confuso. “ Não tem nada nesse trecho, é mata fechada…”

Peter já havia descido.

Com passos firmes, afastou-se da viatura, ignorando os chamados abafados atrás de si. Algo se movia ali. Algo com cheiro doce e selvagem.

O faro treinado de ex-militar, de caçador, de homem que conhecia o sangue, dizia haver algo respirando perto.

E então e