Selene Narrando.
Há muitos séculos, aprendi que todo poder nasce de um preço.
Mas o elo entre eles… é diferente.
Não foi criado por feitiço, nem invocado por um pacto. Ele existe. Vive, respira… pulsa entre eles como se fosse parte da própria essência do mundo.
Wei está se desfazendo aos poucos.
Posso sentir. O sangue dele carrega energia viva — antiga, densa — algo que não pertence apenas à linhagem dos vampiros. Quando o toquei, por um instante vi imagens: a Lua, o fogo e uma sombra cobrindo ambos.
Lua dormia no quarto ao lado, o rosto tranquilo, quase angelical. Mas sob sua pele… havia algo em movimento. Linhas luminosas, finas como veias de prata, pulsavam ao ritmo do coração dela.
O elo estava crescendo. Alimentando-se.
— Está acontecendo — murmurei para mim mesma, observando-a. — O elo está despertando antes da Lua cheia.
Aproximei-me da cama. O ar ao redor dela tremia, como se a energia da ligação atravessasse o véu entre os mundos.
Toquei o pulso da garota