Meu companheiro, Charalambos, foi enviado para a misteriosa cidade central, Sombria, para receber treinamento especial de Alfa. Minha meia-irmã, Franza, insistiu em ir junto com ele.

Charalambos, como sempre, tentou recusar, mas Franza foi insistente. Ela o pressionou tanto que ele acabou cedendo e permitiu que ela o acompanhasse.

Mas ninguém, absolutamente ninguém, achou necessário me contar a verdade. Descobri tudo quando meu celular começou a apitar sem parar, me mostrando fotos de Charalambos e Franza... Se beijando.

Uma vez, durante uma videochamada com ele, a ligação foi atendida, mas não vi ninguém. Em vez disso, ouvi gemidos—claramente de um homem e uma mulher.

Ainda assim, nossa conexão espiritual, o vínculo de companheiro, não me permitiu sentir qualquer indício de traição. Era como se ele tivesse bloqueado qualquer vestígio de culpa ou deslealdade entre nós. Só quando não consegui mais segurar minha angústia e o confrontei, ele admitiu que, sim, Franza estava com ele.

Fiquei profundamente magoada.

Três anos atrás, Franza me empurrou durante uma discussão. Eu caí e perdi o bebê que carregava—nosso filho, com seis meses de gestação. Depois disso, Charalambos, furioso, a expulsou de Alcateia de Luar Oculto, nosso território, proibindo-a de retornar à alcateia.

Mas quem poderia imaginar que, após tudo isso, ele permitiria que ela permanecesse ao seu lado como assistente? Três anos inteiros. Três anos de promessas no nosso vínculo espiritual:

— Você é a única companheira que o destino me deu. Espere por mim, meu amor.

Mas, no dia em que ele finalmente retornou à alcateia, Franza apareceu atrás dele... Segurando sua barriga de cinco meses.

Ela estava grávida.

Franza, com um sorriso vitorioso nos lábios, atravessou o território ao lado do meu companheiro, segurando seu braço como se fosse um troféu. O brilho triunfante em seus olhos provocava minha paciência.

Eu olhei para Charalambos, decepcionada e ferida.

— Charalambos, você me traiu.

Ele me encarou com um olhar de culpa, como se as palavras tivessem atingido seu peito como um soco.

— Me desculpe... — Ele murmurou. — Mas você sabe que eu só amo você. Assim que essa criança nascer, ele será seu. Você pode criá-lo como quiser.

Fechei minhas mãos com tanta força que senti as unhas perfurarem minha pele.

Ele havia traído nosso vínculo. Traído nosso amor. Mas, pior que isso, ele fez isso com Franza. A mulher que causou a morte do nosso filho.

Três anos. Três anos esperando por ele. Três anos ouvindo promessas vazias. E agora, não havia mais desculpas. Nossa ligação espiritual só poderia ter sido bloqueada de propósito. Ele escolheu me enganar. Escolheu esconder a verdade.

Eu não conseguia acreditar que ele foi capaz de se envolver com a assassina do nosso bebê.

Era o fim. O destino que nos uniu estava quebrado. Eu sabia que precisava rejeitar o vínculo de companheiro.

— Charalambos, eu vou te rejeitar. — Declarei com firmeza, olhando diretamente em seus olhos.

Charalambos se levantou de repente, visivelmente chocado.

— Eu não aceito isso! — Ele gritou.

— Francesca, não faça isso. Não é tão simples assim! Você sabe o quanto eu te amo. Estou fazendo isso por nós, para que você tenha um filho. É só assim que podemos garantir seu lugar como Luna no futuro!