Capítulo 2
Forcei minha expressão a desmoronar, a parecer fraca e indefesa.

— Estava pensando em Liam. — Minha voz tremeu, apenas o suficiente. — Ele ainda está naquela masmorra, e não posso fazer nada.

A suspeita de Byron se dissipou. Ele caminhou em minha direção, aquele olhar familiar e "amoroso" em seu rosto bonito.

— Querida, eu sei que isso é difícil. — Ele estendeu a mão para tocar minha bochecha. — Mas você precisa confiar em mim. Estou trabalhando nisso.

Trabalhando nisso?

Trabalhando numa maneira do meu irmão morrer naquela cela?

Não me afastei do toque dele, mesmo que seus dedos na minha pele revirassem meu estômago.

— Byron, me diga a verdade. — Olhei para ele, meus olhos cheios de desespero fingido. — Foi realmente um acidente? Ariana realmente só perdeu o controle?

Seus olhos vacilaram. Foi mínimo, mas eu vi.

— Claro que foi um acidente. — Sua mão deslizou para a nuca do meu pescoço, sua voz suavizando. — Sandra, você não pode deixar sua dor nublar seu julgamento. Ariana é sua melhor amiga. Por que ela deliberadamente...

— Então por que os anciãos estão protegendo ela? — Interrompi-o. — Por que não vão investigar?

Byron suspirou, seu rosto uma máscara de responsabilidade dolorosa.

— Porque o apoio da família dela é forte demais. O avô dela é o Rei Alfa do Norte. — Ele me puxou para seus braços. — Se eu agir contra ela agora, toda a Aliança do Norte se voltará contra nós. A Alcateia Blackwood ficará isolada. Poderíamos enfrentar uma guerra.

Que mentira perfeita.

Que performance convincente.

Se eu não soubesse a verdade, talvez realmente tivesse caído nela.

— Então você quer que eu a perdoe? — Minha voz tremeu, escondendo minha raiva. — Perdoar a mulher que matou nosso filho?

— Querida...

— Ela matou seu herdeiro! — Empurrei-o para longe, minha voz se elevando. —Aquele era nosso filhote, Byron! Seu herdeiro! Sua própria carne e sangue!

Seu rosto empalideceu. Seus olhos dourados se despedaçaram de dor.

— Você acha que eu não sinto isso? — Sua voz estava crua. Ele agarrou minha mão, dedos cravando na minha pele até eu fazer uma careta.

— Aquele era meu sangue! Meu herdeiro! Cada parte de mim quer despedaçá-la! Mas meu dever... Sou o Alfa. Não posso.

A emoção crua rachava sua compostura, mas ele a forçou de volta, trancando-a. A máscara do Alfa enlutado voltou ao lugar.

— A alcateia vem primeiro. Sempre — declarou. — E às vezes... isso significa que sacrificamos.

Sacrifícios.

Ele disse com tanta facilidade.

— Sacrificar o quê? — Encarei-o. — Nosso filho? A liberdade do meu irmão? Minha dignidade como sua Luna?

— Pelo futuro da alcateia — disse, sua voz tingida com o comando de um Alfa. — Sandra, você é minha companheira. Preciso de você ao meu lado.

Ao lado dele.

Como estive pelos últimos três anos.

Confiando nele, apoiando-o, dando-lhe tudo.

E para quê?

— E se eu recusar? — Perguntei. — Se eu insistir em obter justiça pelo nosso filho?

A expressão de Byron ficou pesada. Ele soltou minhas mãos e caminhou até a janela.

— Então a situação da sua mãe pode se tornar... difícil — disse, ainda de costas para mim. — Os carregamentos de Pétalas Lunares têm sido pouco confiáveis ultimamente. Seria uma pena se parassem completamente.

Meu sangue congelou.

Ele realmente disse isso.

Ele estava me ameaçando com a vida da minha mãe.

— Você está me ameaçando — rosnei, minha voz baixa.

— Estou protegendo você — disse, virando-se de volta para mim, aquela mesma falsa simpatia em seu rosto. — Protegendo todos nós. Na cerimônia da Lua de Sangue, apenas perdoe Ariana publicamente, e tudo voltará ao normal. Podemos recomeçar. Podemos até ter outro filhote.

Outro filhote.

Para que ele tivesse outro refém para me controlar?

Fechei os olhos e respirei fundo.

Quando os abri novamente, meu rosto era uma máscara de derrota.

— Tudo bem — disse. — Vou perdoá-la na cerimônia.

A tensão finalmente drenou dos ombros de Byron. Ele fechou os olhos, cansado, um suspiro escapando dele numa explosão de puro alívio.

— Ótimo... ok... Sandra. Obrigado por entender.

Ele caminhou em minha direção, seus braços se estendendo para me puxar num abraço.

— Eu sei que isso é um inferno para você — disse, sua voz baixa e tensa. — Confie em mim, quando isso acabar, vou consertar. Vou compensar...

— Mas tenho uma condição. — Recuei, evitando seu abraço.

Ele franziu a testa.

— Que condição?

Passei lentamente uma mão sobre meu estômago plano, onde nosso filho uma vez cresceu.

A pequena vida que nunca conseguiu ver o mundo.

— Preciso de sete dias — disse, minha voz como aço. — Vou realizar uma cerimônia de luto pelo nosso filho. Uma cerimônia apropriada.
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