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As Noventa e Nove Traições

As Noventa e Nove TraiçõesPT

História Curta · Contos Curtos
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Resumo
Índice

Leonard já me amou muito. Para criar um vínculo de companheiros comigo, ele se declarou noventa e nove vezes. Na nonagésima nona vez, ele finalmente me conquistou. No dia em que realizamos a Cerimônia de Marcação, eu lhe dei noventa e nove vales-desculpa e prometi que lhe daria noventa e nove oportunidades de ser perdoado, enquanto ainda restassem vales, não importava o erro que cometesse, eu o perdoaria e permaneceria ao seu lado. Durante os seis anos do nosso vínculo de companheiros, raramente usei os vales-desculpa. Mas, no último ano, desde que sua amiga de infância, Judy, voltou, usei cada vez mais vales. Quando usei o nonagésimo oitavo vale-desculpa, Leonard percebeu que eu havia mudado. Eu não chorava mais, nem discutia por causa da Judy, apenas lhe perguntava calmamente: — Se você for ficar com ela, posso usar um vale-desculpa? Leonard ficou surpreso, mas logo respondeu como de costume: — Tudo bem, afinal você usou só uns cinquenta até agora, pode usar se quiser. Não disse nada, deixei que ele saísse de casa. Leonard não sabia que aquele era o nonagésimo oitavo vale-desculpa. Restava-lhe apenas uma última chance, depois de usá-la, eu o deixaria para sempre.

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Capítulo 1

Capítulo 1

Hoje é a festa de aniversário do Alfa da alcateia.

Também era o terceiro dia após meu aborto espontâneo.

Mas, quando Judy derrubou a torre de champanhe durante a comemoração, molhando o Alfa inteiro, a primeira reação de Leonard foi proteger Judy atrás de si e, em seguida, voltar-se para mim:

— Mia, peça desculpas ao Alfa por Judy, por favor.

Olhei, incrédula, para o homem que amei por seis anos.

O Alfa franziu a testa, demonstrando seu desagrado pela atitude de Leonard,

Judy imediatamente ficou com os olhos vermelhos, se encolheu atrás de Leonard e, com uma expressão de tristeza, puxou levemente a manga dele.

Leonard a confortou, dando tapinhas em sua mão, e sussurrou suavemente ao meu ouvido:

— Judy acabou de se mudar para nossa alcateia, não conhece ninguém, é muito tímida e agora ainda está grávida, não pode beber. Peça desculpas ao Alfa por ela, faça com que ele a perdoe.

Antes que eu pudesse responder, ele me empurrou para frente, levantou seu copo e o esvaziou de uma vez:

— Hoje é um dia feliz! Mia, vamos juntos desejar ao Alfa um feliz aniversário e muita felicidade com sua Luna. — Sua voz era forte e clara, tentando dissipar o clima constrangedor.

Diante do meu silêncio, Leonard, erguendo o copo, olhou novamente para mim e, apenas com os lábios, disse: — Você pode usar um vale-desculpa.

Naquela época, para criar um vínculo de companheiros comigo, Leonard pediu noventa e oito vezes para que eu fosse sua companheira, e fui rejeitando todas.

Achei que ele fosse desistir.

Mas, na nonagésima nona vez, ele chamou todos os lobos da alcateia, ajoelhou-se diante de mim e jurou à Deusa da Lua:

— Mia, você é a única companheira que reconheço. Se não aceitar, continuarei pedindo até que aceite.

A persistência e o amor dele me comoveram, e aceitei formar o vínculo de companheiros com ele.

Para retribuir esse amor, no dia da Cerimônia de Marcação, preparei pessoalmente noventa e nove vales-desculpa.

Prometi a Leonard que, não importa o erro que cometesse, enquanto restassem vale-desculpa, eu o perdoaria e não o deixaria.

Durante cinco anos, Leonard valorizou muito a confiança e as chances que lhe dei, não usou sequer um vale.

Até que, meio ano atrás, Judy se mudou para nossa alcateia.

Em menos de seis meses, ele usou noventa e oito vales-desculpa.

Agora era o nonagésimo nono.

Mordi meus lábios pálidos, segurei o copo com força e, forçando um sorriso, me aproximei do Alfa:

— Desculpe, Alfa Mike. Peço desculpas a você em nome da Judy, e desejo a você e à Luna muitas felicidades.

O Alfa trocou um olhar com sua Luna, mas não dificultou para mim, dizendo que não precisava beber.

Mas, mesmo assim, sorri e bebi todo o copo.

Quando me virei para sair, os outros lobos da festa começaram a cochichar.

Todos sabiam que não era minha culpa.

Também sabiam que eu havia acabado de sofrer um aborto espontâneo e não deveria beber.

Só Leonard esqueceu.

Assim que saí da festa, vi Judy se aproximando de Leonard, falando carinhosamente:

— Obrigada, Leonard. Se não fosse por você, eu não saberia o que fazer.

Leonard afastou-se um pouco dela, com uma expressão de leve desconforto:

— Da próxima vez, tenha mais cuidado, não seja tão distraída assim. Mia e eu não vamos poder te ajudar sempre.

Judy lançou um olhar para mim na porta, sorriu docemente para Leonard e assentiu:

— Sim, entendi! Leonard, você é muito bom para mim.

Sim, Leonard, você é mesmo muito bom para ela.

O álcool queimava minha garganta.

Segurei o ardor nos olhos, lutando contra a vontade de vomitar.

"Não tem problema." Disse, em silêncio, para mim mesma."Afinal, as noventa e nove chances chegaram ao fim. Leonard, eu vou te deixar para sempre."
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