Richard e eu trocávamos farpas como dois garotos birrentos competindo pelo mesmo brinquedo. A tensão entre nós era visível a metros de distância, e eu tinha certeza de que qualquer um que nos observasse perceberia. Ana Luiza, sentada ao lado de Richard, cruzou os braços e revirou os olhos pela terceira vez só naquela conversa insuportável.
— A verdade é que ela tá bem melhor agora. Comigo. — Richard provocou, com um sorriso torto que me dava vontade de socá-lo.
— Não duvido. Você é um especialista em aparência, afinal. Deve ser ótimo manter um relacionamento de fachada. — retruquei, bebendo o restante do champanhe da minha taça.
— Pelo menos eu não a tratei como lixo quando ela mais precisava.
Aquilo doeu. Mais do que eu gostaria de admitir.
— Já chega! — Ana Luiza explodiu, levantando-se com força suficiente para que a cadeira arrastasse pelo chão, atraindo olhares curiosos ao redor. — Eu não preciso disso. Não vim aqui pra participar de um jardim de infância com dois homens que pare