Ana Luiza Martinelli
Acordei com uma leve dor no corpo, reflexo da noite intensa que tive com Enzo. Estava em sua cama, enrolada nos lençóis brancos que ainda tinham o cheiro dele. Respirei fundo, sentindo uma pontada de culpa. Sim, eu era uma filha da puta. E não nego. Às vezes, o desejo fala mais alto, e a cabeça simplesmente para de funcionar. A verdade é que mulheres também têm seus impulsos, e naquela noite eu fui guiada por eles.
Ouvi a porta do banheiro se abrir e vi Enzo sair, só de toalha, com o cabelo molhado. Um sorriso bobo se formou nos meus lábios. Ele era lindo, não posso negar.
— Bom dia, dorminhoca — ele disse, animado. — Fiz café. Vem comer comigo.
— Preciso ir — murmurei, me levantando e recolhendo minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão.
Ele se aproximou e segurou meu braço suavemente.
— Pelo menos toma café. Eu te levo depois.
Parei por um instante, encarando o rosto dele. Estava tão gentil, tão carinhoso… suspirei e concordei com a cabeça.
— Tá bom… també