Fátima Maria Martinelli
Ajeitei o colar no pescoço, conferindo o reflexo no espelho pela terceira vez. Um vestido vinho de tecido leve, cabelo preso num coque baixo e um batom discreto. Suspirei. Fazia tempo que não me arrumava com tanto cuidado, mas com Lorenzo… Ah, Lorenzo despertava em mim algo que há muito eu acreditava estar adormecido.
O restaurante era lindo. Um típico italiano, com luzes amareladas penduradas como pequenas estrelas e uma música suave tocando ao fundo. Quando o vi à minha espera, de pé junto à mesa com um sorriso encantador, meu coração deu um pequeno salto.
— Buona sera, bella donna — ele disse, com aquele sotaque levemente arrastado que fazia tudo soar mais poético.
Sorri, sentindo um leve calor subir pelas minhas bochechas.
— Boa noite, Lorenzo.
Ele puxou a cadeira para mim, com toda a gentileza que parecia fazer parte do seu DNA, e assim que me sentei, ele se acomodou à minha frente.
— Hoje você terá uma verdadeira experiência italiana. — Ele disse com os