Enzo Albuquerque
O dia começou estranho. Eu não estava com a menor vontade de trabalhar, mas, como sou o novo chefe, preciso mostrar a eles que o trabalho vem em primeiro lugar.
Resolvi levantar e tomar um café. Passei pela sala de Ana Beatriz e encontrei Richard conversando com a assistente dela. Nós dois acabamos trocando farpas, e faltou pouco para trocarmos alguns socos. Entrei na minha sala e me servi de uma dose generosa de uísque. Estava tentando relaxar quando minha irmã me ligou.
— Fiquei sabendo o que aconteceu aí. Quer conversar? — Ela perguntou, e eu respirei fundo.
— Não quero conversar nada. Estou apenas relaxando.
Minha irmã ficou muda por algum tempo.
— Ana Luiza está rebolando igual uma dançarina da Carreta Furacão. — Rafa estava rindo, e eu sem entender.
— O que é isso?
— Deixa pra lá.
— Vou trabalhar agora. Boa viagem e se cuida.
— Pode deixar, irmãozinho.
Desliguei a chamada com Rafa ainda sem entender o que significava “rebolando igual dançarina da Carreta Furacã