O sol mal começava a tocar a janela do quarto do hotel quando meu celular vibrou sobre a mesinha, soltando aquele toque agudo que fazia meu cérebro reclamar. Ainda tonto de sono e com Ana Luiza enrolada nos meus braços, alcancei o aparelho sem fazer muito barulho. Meus olhos ainda embaçados piscaram para clarear a tela.
"MÃE", piscando em letras maiúsculas.
Revirei os olhos no mesmo instante. Meu corpo, antes leve por conta da noite perfeita que tínhamos vivido, se enrijeceu como se soubesse o que estava por vir. Suspirei fundo, tentando não acordar Ana, e deslizei o dedo na tela para atender.
— Enzo Diniz Albuquerque! — a voz de minha mãe atravessou o fone como uma navalha. — É verdade o que me disseram?
— Bom dia pra você também, mãe — murmurei, me sentando na beirada da cama, esfregando os olhos.
— Não vem com gracinha pra cima de mim, menino! Você pediu aquela mulher em casamento? Hein? É isso mesmo? Você ficou doido de vez?
Fechei os olhos por um instante, sentindo minha mandíbu